Planejamento Estratégico na Saúde Parte II
Por Roberta Massa | 23.07.2015 | Sem comentáriosUm dos temas mais importantes quando pensamos na área da saúde é o planejamento estratégico. Após diversos e-mails de leitores pedindo por material com esse tema decidi escrever sobre o assunto, ao longo da construção do artigo percebi que seria mais apropriado dividir o post em partes, no primeiro post “Planejamento Estratégico na Saúde – Parte I” – (Clique aqui para ler) tratei de abordar algumas definições e conceitos de maneira introdutória. Agora vamos falar um pouco mais sobre como elaborar um planejamento estratégico na área da Saúde. Vamos lá!
Antes de elaborarmos um planejamento estratégico aplicado na área da saúde é necessário que os conceitos de planejamento e estratégia estejam muito bem alinhados na instituição para que não ocorram interpretações indevidas, por este motivo é importante citarmos o conceito geral de ambos.
Planejamento: é a ferramenta que nos possibilita visualizar o cenário atual, mediante isso será possível identificar os melhores caminhos para alcançar os resultados almejados pela instituição.
Estratégia: é o conjunto de ações e decisões, e a forma como essas ações e decisões serão executadas para que os resultados sejam alcançados.
A junção dos conceitos Planejamento e Estratégia Segundo Oliveira (1.999), é definido como processo gerencial que permite estabelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nível de otimização na relação da empresa com o seu ambiente.
Para iniciarmos o planejamento estratégico é necessário que a empresa tenha seus princípios definidos (identidade organizacional da empresa), que nada mais é do que sua missão, visão, valores e políticas da empresa.
A missão é a razão de existir da empresa;
A visão é o cenário atual da empresa e aonde ela quer chegar, (análise interna e externa).
Os valores são as convicções que norteiam as suas escolhas, o modo de conduta da organização.
As políticas são as maneiras que as empresas colocam em prática sua missão, visão e valores.
Para definir e validar uma estratégia a utilização da metodologia do Modelo das Cinco Forças de Potter (1999), que analisa a competição entre as empresas, é um modelo eficaz.
As cinco forças de Potter são:
1- Rivalidade por parte da concorrência: dentro da área da saúde é o principal determinante para garantir a competitividade no mercado. É fundamental conhecer: Quais são efetivamente os hospitais e clinicas concorrentes? Qual é a diversidade perante o mercado? Qual é o poder de negociação dos clientes?
2- Poder de negociação dos fornecedores: contempla o mercado de insumos do ambiente hospitalar como (medicamentos, materiais, equipamentos e OPME). É necessário avaliar os custos, pesquisar novos fornecedores, negociar as melhores datas de pedidos e formas de pagamento de modo a impactar o menos possível no fluxo de caixa.
3- Ameaça de novos concorrentes: muitos hospitais investem na prestação de um serviço específico, com objetivo de roubar uma fatia da concorrência. Podemos citar como exemplo a inauguração de uma unidade diagnóstica fora do ambiente hospitalar, onde o paciente irá obter a mesma qualidade e eficiência de um hospital de referência, porém não será necessário cruzar a cidade de um bairro para a outro. O planejamento estratégico deverá ser detalhado uma vez que o bairro onde a unidade diagnostica foi inaugurada pode já possuir um serviço de laboratório clínico.
4- Ameaça de serviços substitutos: a existência de serviços substitutos, dentro da área da saúde tem muita relação com o avanço da tecnologia, onde os equipamentos tornam-se obsoletos e ineficientes muito rapidamente. Por isso é importante que a instituição esteja sempre atenta aos avanços da tecnologia, aos lançamentos de equipamentos assim como as novas técnicas de realização de procedimentos. Na maioria das vezes, os investimentos são altos, porém eles reduzem os custos no longo prazo, pois as novas técnicas costumam ser menos invasivas, diminuindo o tempo de internação tornando o giro de leito mais eficiente.
5-Poder de negociação dos clientes: os pacientes por sua vez estão cada vez mais exigentes e buscam o atendimento no menor tempo possível. Também exigem qualidade e eficiência e ao mesmo tempo desejam processos cada vez mais humanizados. Compreender as necessidades do paciente da melhor forma possível é um fator crítico na busca do sucesso.
Também é necessário estudar o ambiente interno da instituição e o seu ambiente de atuação.
A análise do ambiente interno compreende o diagnóstico da situação da organização no que diz respeito às suas forças e fraquezas, suas capacidades e competências para obter sucesso no negócio em que se propõe a atuar.
Após realizada a análise interna da instituição e a do ambiente de atuação, é necessário consolidar todas as informações e realizar um diagnóstico organizacional, assunto que iremos abordar na Parte-III do texto Planejamento Estratégico na Saúde.
Até a próxima.