Doenças crônicas impactam crescimento do PIB brasileiro até 2030
Por Roberta Massa | 03.12.2015 | Sem comentáriosEstudo de universidade australiana comparando 12 países revela cenário desafiador para governo, empresas e sociedade
O aumento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) como câncer, diabetes, doenças respiratórias e cardiovasculares estão causando diminuição da população economicamente ativa (PEA) em diversos países, mas a realidade no Brasil é mais preocupante, inclusive em função do envelhecimento da população. Estima-se que as perdas totalizarão 8,7% do PIB brasileiro até 2030, um montante de US$ 184 bilhões, sem falar da queda de produtividade que as empresas terão que gerenciar.
Essa conclusão faz parte do conjunto de estudos realizados pelo professor Bruce Rasmussen da Universidade de Victoria na Austrália em 12 países, entre eles o Brasil. O professor considerou custos que podem ter efeitos diretos no PIB, como perdas devidas à aposentadoria precoce, faltas não programadas do empregado (absenteísmo) e perda da produtividade durante a jornada de trabalho (presenteísmo).
Entre os países pesquisados, o Brasil apresenta o maior impacto sobre doenças crônicas. Os dados revelam que até 2030 o índice de envelhecimento da população e a alta incidência de DCNTs, alcancem 39% da PEA, configurando o país como o “mais velho” entre os latino-americanos estudados. Esses dados colocam governo, empresa e sociedade em estado de atenção e reflexão sobre as DCNTs e exigem respostas urgentes para as implicações econômicas geradas pelo processo de envelhecimento da força de trabalho e a mudança de perfil de saúde marcadas pelo agravamento causado por doenças crônicas.
Segundo informações do Ministério da Saúde, as estimativas para o Brasil sugerem que a perda de produtividade no trabalho e a diminuição da renda familiar resultantes das DCNTs levarão a uma perda na significativa da economia brasileira, o forte impacto socioeconômico das DCNTs e seus fatores de risco, está afetando o alcance das metas de desenvolvimento que abrangem temas como saúde, educação e combate à pobreza.
A participação do Brasil nos estudos foi sugerida pelo Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, que promoverá no próximo dia 10 de dezembro, em Brasília, uma conferência para apresentação dos resultados do trabalho do professor Rasmussen e debates sobre estratégias de combate às doenças crônicas não transmissíveis e investimentos em saúde para o alcance das metas econômicas.
Sobre Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Seção Americana)
O Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos é uma organização privada com foco na promoção do livre comércio e investimentos entre os Estados Unidos e o Brasil. Fundado em 1976, foi criado para promover comercio e investimento entre os dois países, operando dentro da estrutura da Câmara de Comércio dos Estados Unidos. A seção americana do conselho representa empresas norte-americanas que investem no Brasil, e a seção brasileira é gerida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Fonte: LVBA Comunicação