Prefeitura lança protocolo de cuidado aos bebês nascidos com microcefalia
Por Roberta Massa | 10.02.2016 | Sem comentáriosAtualmente há sete casos de microcefalia no município possivelmente associados à infecção pelo Zika vírus; em 2015 a cidade não observou aumento na média anual de nascimentos com microcefalia
O surto de casos de microcefalia possivelmente associados à infecção da mãe pelo Zika vírus em partes do Brasil motivou a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo a desenvolver um protocolo de cuidados específico para bebês nascidos com o agravo. É importante intervir precocemente, sistematicamente e com eficácia para potencializar o desenvolvimento integral dessas crianças.
Atualmente, o município já registra sete bebês nessa condição. Em cinco desses casos, houve deslocamento comprovado da gestante a locais onde há casos autóctones de Zika vírus – Pernambuco, Maranhão, Sergipe e Bahia. Dois casos estão em investigação de deslocamento e os indícios da infecção são febre e manchas vermelhas pelo corpo durante a gestação. Não há registro de casos autóctones de infecção pelo Zika vírus no município de São Paulo neste ano.
As crianças nascidas com microcefalia têm seu desenvolvimento integral considerado em risco e necessitam de um monitoramento constante por meio das áreas de Saúde da Criança e Saúde da Pessoa com Deficiência. Embora esse acompanhamento já venha se desenvolvendo de maneira descentralizada nos diversos serviços de reabilitação da Rede Municipal, a ameaça de um aumento expressivo nos casos levou à determinação de uma linha de cuidado para sistematizá-lo.
O protocolo determina que no momento da alta de uma maternidade ligada à Rede Cegonha, a mãe já deverá sair com consultas de seguimento agendadas na UBS mais próxima da sua casa e em algum dos ambulatórios de reabilitação (NIR e CER). Se a criança não nasceu nas Maternidades da Rede Cegonha essa consulta poderá ser marcada através da Unidade Básica de Saúde. É importante ressaltar que não há fila de espera para esses serviços.
Essas consultas e as posteriores poderão ser marcadas por meio do programa Alô Mãe, que acompanha gestantes com gravidez de risco e está disponível para solucionar dúvidas em geral sobre a maternidade.
A avaliação e estimulação global do desenvolvimento dos bebês são feitas por uma equipe multiprofissional e, dependendo da sua necessidade, realizará reabilitação através de terapia com fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e psicólogo. A periodicidade das consultas varia de acordo com a necessidade de cada paciente, mas a linha de cuidados especifica que a criança e a família terão consultas nos ambulatórios de reabilitação pelo menos uma vez por semana, salvo em casos específicos.
As consultas de puericultura na UBS serão mensais, onde a criança será avaliada de forma integral. Há o incentivo e apoio ao aleitamento materno exclusivo até o sexto mês, quando a família passa a ser orientada sobre a alimentação complementar saudável, mantendo-se o aleitamento materno até os dois anos.
Segundo o protocolo, serão monitorados o desenvolvimento neuropsicomotor e afetivo, a rotina familiar, o comportamento do sono, a prevenção de acidentes e outros tópicos. Quando verificada a necessidade, será prescrita a suplementação de Vitamina A, D e de ferro.
As visitas domiciliárias ocorrerão quinzenalmente, mas a periodicidade pode ser alterada de acordo com a necessidade da família. Nessas visitas, trabalham-se os vínculos afetivos da família, a importância do brincar, a rotina familiar, a estimulação do desenvolvimento, amor e segurança, higiene e rotinas.
Fonte: Prefeitura da cidade de São Paulo-10.02.2016.