Atuação multidisciplinar marca simpósio sobre qualidade e segurança do paciente
Por Roberta Massa | 13.04.2016 | Sem comentáriosO I Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente reuniu um seleto grupo de profissionais de saúde focados em mudar a realidade da assistência à saúde no Brasil
O Primeiro Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente, promovido pelo IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente em parceria com o MHF – Movimento Hospitalista de Futuro, reuniu cerca de 200 pessoas no Pullman Hotel, em São Paulo, em seu segundo dia de evento.
Informações sobre assistência à saúde e como a segurança do paciente está encaixada neste cenário foram apresentadas por palestrantes nacionais e internacionais, e houve ainda debate entre público e convidados.
O público presente englobou representantes de diversas lados da saúde, incluindo representantes de operadoras de saúde, gestores especialistas em segurança do paciente de várias partes do Brasil e membros de entidade responsável pela acreditação hospitalar. Maria Carolina Morena, da ONA – Organização Nacional de Acreditação, marcou presença e ressaltou a importância deste tipo de evento para o futuro da saúde no País. “É uma maneira de abordar o tema para que os gestores se engajem em promover uma assistência mais segura”, disse.
A infectologista Lia Canedo, diretora clínica e gerente de qualidade do Hospital Metropolitano de Vitória, veio do Espírito Santo para se aprimorar na área. “Foi altíssimo o nível técnico das palestras e painéis. Vou levar muitos exemplos do que implantar em prol da segurança do paciente à instituição que trabalho”, disse. Sandra Cristine da Silva, gerente de Qualidade, Apoio Administrativo e Serviço de Arquivo Médico do Hospital Sírio Libanês, concorda com a opinião de Lia. “Foi um momento único de discussões e aprendizado”, falou. O Dr. Renato Vieira, gerente médico da Beneficência Portuguesa de São Paulo, também ficou bem impressionado com a visão multidisciplinar proporcionada pelo evento do IBSP. “Foi o melhor evento no Brasil para mostrar o que se faz em termos de segurança do paciente e os desafios que há pela frente”, falou.
Segundo dia: atuação multidisciplinar
Ron Greeno, fundador da Cogent Healthcare, onde criou e aprimorou o modelo usado pela companhia para gerenciamento de mais de mil hospitalistas nos Estados Unidos e, atualmente, Chief Strategy Officer na IPC Healthcare, abriu os trabalhos do segundo dia para falar sobre a evolução na forma de pagamento no sistema de saúde dos Estados Unidos. O profissional deu um panorama de como era feita a remuneração anteriormente, quando se pagava por serviço ou procedimento, e como esse processo evoluiu. “Estamos desenvolvendo programas para que a pessoa tome decisão e entenda que está gastando seu próprio dinheiro. O Bundled Payment Care Improvement Program é uma política de pagamento por qualidade de assistência, não por quantidade”, explicou.
O segundo palestrante do painel foi Vandad Yousefi, hospitalista do Vancouver General Hospital, que falou sobre formas de envolver médicos em políticas de segurança do paciente. “Há alguns anos a qualidade e segurança no atendimento tem se tornado de interesse das pessoas. E, historicamente, os médicos não participam de programas de melhoria de qualidade como deveriam”, ponderou. Para ele, estimular a liderança, melhorar a remuneração e trabalhar a divulgação de dados de boa qualidade sobre o assunto são a chave para solucionar esse impasse.
Neil Winawer, que é médico hospitalista e professor da Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos, fechou o painel sobre paradigmas e mudanças falando sobre como balancear supervisão e autonomia. O palestrante dividiu com o público um pouco de suas experiências com residentes e resumiu como deve ser feita a orientação. “Resumindo, é acompanhar de perto, mas observar de longe. Tendo em vista que o mais importante é a segurança do paciente. É preciso saber a hora certa de intervir”, afirmou.
Fonte: IBSP-13.04.2016