Plano de saúde pode subir até 15%
Por Roberta Massa | 13.04.2016 | Sem comentáriosCrise fez 766 mil pessoas abrirem mão do serviço
Os consumidores precisam preparar o bolso para os gastos com saúde. Com a disparada dos preços desde 2015, economistas não têm dúvidas de que o reajuste dos convênios individuais e familiares ficará acima dos dois dígitos em 2016.
A Tendências Consultoria prevê um aumento de 10,3% e alguns analistas não descartam uma correção acima da autorizada pela ANS em 2015, de 13,55%, podendo chegar a 15%.
O percentual de aumento será definido em maio e passa a vigorar a partir de junho, segundo o aniversário do contrato do conveniado.
Márcio Milan, analista de Inflação da Tendências Consultoria, projeta com base no reajuste incorporando a inflação em 12 meses, já que os parâmetros da ANS são pouco transparentes para operadoras com mais de 30 conveniados. “É difícil pensar que o aumento será abaixo dos dois dígitos.
O próprio ajuste de medicamentos corrobora isso”, avalia. Em 1º de abril, o governo ajustou os preços dos remédios em 12,5%. A composição do índice buscou compensar a inflação e o aumento de custos causados pela alta do dólar e aumentos nas despesas com energia.
A lógica do reajuste dos planos de saúde é muito semelhante e não foge à regra. Boa parte dos medicamentos, insumos e equipamentos são comprados em moeda estrangeira e isso influenciará no aumento permitido às operadoras. Em 2015, o dólar subiu 48,49% em relação ao real.
E, por mais que a divisa esteja em desaceleração, esse movimento apenas ameniza a pressão de custos. A ANS informou que o índice de reajuste para os planos individuais do período entre maio de 2016 a abril de 2017 está em apuração, não sendo possível antecipar qualquer informação a respeito.
A autarquia reforçou que o aumento autorizado aos planos individuais e familiares é um percentual máximo. “As operadoras não podem aplicar um percentual mais alto do que o autorizado, mas são livres para adotar índices inferiores ao divulgado pela agência, ou mesmo manter suas mensalidades sem reajuste”, ressalta.
Seja por causa do desemprego ou pela falta de condições financeiras, muitos consumidores estão deixando de ter plano. Em dezembro, o mercado perdeu cerca de 766 mil beneficiários.
Fonte: ANAHP – 13.04.2016