Câncer de colo do útero no Brasil é três vezes mais alto que nos Estados Unidos e Austrália
Por Roberta Massa | 12.05.2016 | Sem comentáriosSegundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia, Dr. Robson Moura, integralidade e qualidade dos serviços são fundamentais para garantir a efetividade dos programas de controle e prevenção; cerca de 90% dos casos de câncer de colo do útero são atribuídos a alguns tipos de HPV.
Caracterizado como um importante problema de saúde pública, o câncer de colo do útero é o quarto mais comum entre as mulheres.
A evolução da doença, na maioria das vezes, acontece de forma lenta, passando por fases pré-clínicas detectáveis e curáveis.
Se diagnosticado precocemente, as chances de cura chegam próximo a 100%.
De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país deve registrar cerca de 16 mil novos casos de câncer de colo do útero, somente neste ano.
Para se ter uma ideia, esta incidência é três vezes mais alta do que as registradas nos Estados Unidos e na Austrália.
A realização periódica do exame de Papanicolaou vem sendo reconhecido como a estratégia mais efetiva na redução da mortalidade por esse tipo de tumor.
Estudos epidemiológicos associam o câncer de colo do útero à infecção do papilomavírus humano, o HPV – doença sexualmente transmissível de maior prevalência no mundo e mais comum em mulheres jovens.
Cerca de 90% dos casos deste tipo de câncer podem ser atribuídos a alguns dos 13 tipos de HPV reconhecidos como oncogênicos. “Os subtipos 16 e 18 são os mais comumente detectados e responsáveis por 70% dos casos de câncer”, informa Dr. Robson Moura, presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC).
Prevenção
No Brasil, a estratégia de prevenção e diagnóstico precoce recomendada pelo Ministério da Saúde é a realização de exames de Papanicolaou, a partir dos 25 anos, e a vacinação contra HPV, a partir dos 9 anos de idade. Na opinião do presidente da SBC, para garantir a efetividade do programa de controle de câncer de colo do útero, é necessário organização, integralidade e qualidade dos serviços, com indicação para um plano terapêutico mais apropriado para cada caso. “Esse método de rastreamento sensível, seguro e de baixo custo, torna possível a detecção de lesões precursoras e o câncer em seu estágio inicial”.
Campanha de vacinação
A campanha nacional de mobilização, coordenada pelo Ministério da Saúde, que segue até este domingo, 15 de maio, visa vacinar pelo menos 80% das meninas de 9 a 13 anos de idade, público-alvo da campanha, formado por um total de 1,7 milhão de garotas. Segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde, a dose já é utilizada em mais de 100 países.
Fonte: Target-12.05.2016