Gestão

5 erros na gestão de planos de saúde que você precisa evitar

Por Roberta Massa | 15.06.2016 | Sem comentários

Cada tipo de negócio engloba um conjunto de características próprias que obviamente deve ser levado em conta na superação de quaisquer desafios.

E com as operadoras de planos de saúde não é diferente. São, assim, as particularidades do setor que determinam as alternativas viáveis para solucionar problemas e garantir resultados cada vez melhores.

Nesse cenário, impedir que a gestão prossiga aos tropeços repetindo erros que trazem incertezas e deixam a empresa dependente da sorte, é absolutamente essencial.

Tão importante quanto é conseguir identificar os entraves com precisão, buscando alternativas para eliminar aquilo que inibe a eficiência da administração. Melhor então conhecer alguns dos erros mais comuns na gestão de planos de saúde para entender como é possível aprimorar esse processo, certo? Pois acompanhe:

Não controlar custos por meio de ações preventivas

A prevenção é sempre a melhor forma de se trabalhar a fim de evitar desequilíbrios em etapas posteriores, não concorda? E como o uso que os beneficiários fazem dos serviços acaba gerando um impacto significativo na própria gestão das operadoras de planos de saúde, o mais recomendado é desenvolver ações preventivas especialmente voltadas à conservação da saúde. Mas quais ações seriam essas?

Não é novidade nenhuma que a incidência de doenças crônicas como hipertensão, obesidade e diabetes tem crescido em razão de hábitos pouco saudáveis e do ritmo estressante de vida a qual muitos indivíduos estão condicionados. Assim, ações voltadas para a saúde populacional podem incluir desde o acompanhamento do estado dos doentes crônicos, monitorando para que sua condição não evolua, até o incentivo de mudanças de hábitos por meio da difusão de informações sobre medidas preventivas, esclarecendo a respeito de benefícios da prática de exercícios físicos no controle e na inibição de doenças ou sobre a incorporação de alimentos funcionais à dieta, por exemplo.

É claro que a operadora também deve cuidar de aspectos comerciais. Nesse ponto, o trabalho com a prevenção é igualmente bem-vindo. Pode-se negociar com os prestadores de serviços da rede credenciada a fim de controlar variações nos custos assistenciais e acordar valores adequados para os procedimentos, com o estabelecimento de cláusulas contratuais objetivas, que evitem surpresas desagradáveis no futuro.

Lembrando que o desequilíbrio entre o âmbito comercial e demais aspectos peculiares à gestão da operadora é um erro que pode trazer diversos desdobramentos negativos ao negócio. A partir daí vem a importância de gerir estrategicamente todos esses fatores, com base em um planejamento realista. Caso se mostre necessário, é sempre tempo de promover qualquer tipo de acerto na estratégia.

Mesmo no caso dos beneficiários que não se enquadrem em “grupos de riscos”, a operadora precisa ter umavisão holística e em tempo real do seu processo de autorização de guias. Se uma guia autorizada é um compromisso firmado com a rede credenciada que aquela despesa será paga, é muito importante que a Operadora já visualize, dia a dia, qual o volume monetário desses compromissos assumidos, podendo traçar assim estratégicas que visem manter o equilíbrio financeiro da organização.

Não acompanhar cuidadosamente o fluxo de caixa

Atenção: de nada adianta implementar mudanças mirabolantes se o básico não estiver sendo feito. E como o fechamento de contas de uma operadora costuma ser um processo com alto nível de complexidade, torna-se ainda mais importante ter atenção a prazos e ao devido andamento dos processos, pois é onde entra o acompanhamento do fluxo de caixa, medida essencial para exercer um controle mais próximo sobre as transações do negócio.

De fato, apenas com conhecimento sólido sobre a realidade financeira da operadora é que se torna possível tomar decisões com a devida segurança. Nesse ponto, é crucial contar com o apoio de uma solução tecnológica confiável.

Afinal, se além de simplesmente gerenciar o fluxo de caixa em um setor isolado, a operadora tiver a oportunidade de integrar esse controle a outros setores administrativos, as chances de sucesso da administração financeira aumentam exponencialmente.

Não monitorar indicadores de desempenho e qualidade

Não estabelecer indicadores adequados tampouco possuir uma metodologia específica para conduzir a gestão é um erro comum não só no segmento das operadoras de planos de saúde, mas nos diversos tipos de empresa. A falta de indicadores resulta em uma administração às escuras, com decisões tomadas sem muita segurança, o que pode ser fatal para a operadora durante períodos de instabilidade financeira e mudanças no cenário de saúde da população.

O acompanhamento de indicadores (de desempenho e de qualidade) é o segredo para se identificar gargalos e trabalhar pontualmente em cima do que gera lentidão e subtrai a eficiência da empresa, emperrando alguns processos. Porém antes de colocar em prática modificações no processo de gestão, é imprescindível compreender a informação trazida por tais indicadores, começando toda a transformação pelo caminho apontado nessa análise. Vale ressaltar que aqui também é essencial contar com a tecnologia.

Não dar a devida atenção ao percentual de sinistralidade

Cada vez que o plano de saúde é acionado, corresponde a um sinistro para a operadora. Assim, quanto mais frequentemente forem utilizados os serviços assistenciais de saúde pelos beneficiários, mais riscos a operadora corre de ter que lidar com uma elevação desenfreada de custos. Estar atento ao percentual de sinistralidade é uma forma de perceber quando será preciso buscar alternativas para ajustar esse percentual.

Um caminho que tem provado trazer bons resultados é, além de não deixar de lado a realização de uma auditoria cuidadosa das contas médicas, dar andamento a uma gestão de riscos com foco na adoção de cuidados preventivos, incentivando a mudança de vida dos beneficiários para um estilo mais saudável. O sistema de coparticipação também é outro método bastante eficaz no controle da sinistralidade.

Não atender satisfatoriamente às obrigações da ANS

A obrigatoriedade de se possuir uma ouvidoria é um bom exemplo para introduzirmos esse tópico. Apesar de não ser uma exigência tão recente e de não ser obrigatória a todas as operadoras de plano de saúde, é importante que as empresas tenham conhecimento de que existem diferenças entre uma ouvidoria e o atendimento ao cliente, por exemplo. Mais importante ainda é saber que há um prazo para dar respostas conclusivas aos beneficiários, e, é claro, que esse prazo deve ser respeitado.

Na realidade, o não cumprimento das obrigações estabelecidas pela ANS acaba por acarretar em ações que podem exigir o pagamento de multas onerosas, pesando na organização financeira da operadora. O melhor, portanto, é contar com ferramentas tecnológicas de gestão que já possuam mecanismos atualizados, capazes não só de alertar como de conduzir a operadora ao atendimento das obrigações estipuladas pelos órgãos fiscalizadores.

Administrar uma operadora sem cometer qualquer erro de gestão parece ser praticamente impossível, não concorda? No entanto, a atitude não pode ser outra senão a de identificar tais falhas, evitar que se repitam e prontamente buscar alternativas para contornar a situação.

Fonte: MV-Sistemas-15.06.2016

Compartilhe!