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Parceria entre UFJF e instituto dos EUA garante antígenos para pesquisas

Por Roberta Massa | 23.06.2016 | Sem comentários

Primeiro convênio do gênero realizado na região da Zona da Mata, a parceria entre a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) com o Instituto de Pesquisas em Doenças Infecciosas (Idri) de Seattle, nos Estados Unidos, prevê a doação de antígenos por parte da instituição norte-americana para pesquisas sobre doenças, como a leishmaniose e hanseníase, pelo Laboratório de Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas (Imunocet-ICB).

A parceria veio a partir de outro trabalho realizado anteriormente, com proteínas fornecidas pelo doutor Malcolm Duthie, pesquisador do Idri, para a tese de doutorado da professora da Faculdade de Enfermagem da UFJF, Angélica Fabri.

O professor Henrique Teixeira, responsável pelo acordo entre o Instituto e a UFJF, explica que a pesquisa de Angélica apresentou excelentes resultados devido à qualidade do material, o que o levou a procurar firmar o convênio com o Instituto. “Esses antígenos que conseguimos apenas o Idri possui. São proteínas muito interessantes e difíceis de conseguir sem ter esse tipo de convênio”, explica Teixeira.

O acordo estava em andamento desde o ano passado, mas só foi concluído em maio desse ano, com uma visita ao Instituto feita pelo professor da UFJF.

Os primeiros materiais fornecidos pelo Idri já foram entregues, e serão usados pelo programa de doutorado em Imunologia e Doenças Infecto-Parasitárias do ICB.

O projeto procura avaliar o diagnóstico da hanseníase na população de Juiz de Fora e Governador Valadares, especialmente entre pessoas que convivem com outras que tenham a doença.

De acordo com Teixeira, mesmo que tenha ocorrido a redução no número de casos da doença, ainda é necessário se preocupar. “A hanseníase é um problema sério.

A detecção caiu muito e sua prevalência diminuiu, mas ainda se detecta casos graves da doença.”

Diagnóstico aprimorado

Segundo o professor Henrique Teixeira, os antígenos doados pelo Idri são importantes para aprimorar o diagnóstico imunológico, baseado na detecção de anticorpos específicos, além de auxiliar na avaliação da atividade celular em resposta a esses antígenos. O estudo com esse material também ajuda no monitoramento da doença.

O Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia do ICB também realiza parcerias com outras instituições internacionais. O Centro Médico Universitário de Leiden (LUMC, Leiden), da Holanda, forneceu antígenos para pesquisas sobre diagnóstico da tuberculose, enquanto a Universidade de Marburg, da Alemanha, concedeu material para trabalhos sobre a leishmaniose. Para Teixeira, realizar convênios internacionais é importante para o maior reconhecimento da Universidade. “Fazer pesquisa é fazer colaborações. Iniciar uma colaboração de qualidade certamente vai favorecer o crescimento científico na Universidade, além de ter seu nome divulgado”, pondera.

O Idri também já conta com outras colaborações no Brasil, como o Instituto Butantan, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Fonte: LabnetWork-23.06.2016

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