Gestão de saúde populacional: cliente como aliado na redução de custos
Por Roberta Massa | 09.08.2016 | Sem comentáriosA atual crise financeira brasileira não só tira clientes da saúde suplementar – as operadoras perderam mais de 2 milhões de beneficiários desde setembro do ano passado – , como também torna mais difícil o reajuste dos planos de saúde de pessoa jurídica, que respondem por 67% dos benefícios comercializados no Brasil.
Apostar em uma estratégia de gestão de saúde populacional (GSP), engajando o comprador, mostra-se uma medida altamente eficaz na tarefa de manter as empresas do setor economicamente viáveis.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, o índice combinado de saúde, que é resultado da divisão das despesas administrativas, comerciais, outras despesas operacionais e assistenciais pelas contraprestações efetivas, ficou em 99,6%, o que significa que a soma das despesas operacionais tem sido semelhante à soma das receitas operacionais.
Se não é possível aumentar receita, as margens só poderão ser mantidas com uma utilização mais racional dos recursos, especialmente por quem mais precisa deles: 15% da população de doentes crônicos de uma empresa representa 70% dos gastos.
Tanto as instituições de saúde como os pacientes têm produzido e coletado uma série de dados, via sistemas de gestão ERP, prontuário eletrônico do paciente (PEP), aplicativos, wearable devices e smartphones.
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Com o uso de ferramentas de TI, como big data e analytics, tudo isso vira informação essencial para programas de gestão de saúde populacional focados em prever riscos e estratificar os perfis mais adequados aos programas de prevenção e monitoramento de doenças.
De posse dos dados, cabe à operadora apresentá-los à área responsável pela gestão do benefício no cliente e, juntos, trabalharem em programas educativos ou campanhas de antitabagismo, perda de peso e combate ao sedentarismo, por exemplo.
Segundo a Aliança para a Saúde Populacional (Asap), entre as determinantes que influenciam na condição física das pessoas, hábitos, comportamentos e prevenção são responsáveis por 50%, genética, 20%, ambiente, 20%, e acesso à atenção médica, 10%.
Um bom programa de gestão de saúde populacional poderia, então, teoricamente, reduzir em 50% a incidência de crônicos numa carteira de beneficiários.
A adesão das empresas a esses programas ainda é baixa, mas, considerando que os planos de saúde são a segunda maior despesa nas empresas, perdendo apenas para folha de pagamento, isso logo deve mudar.
Além de responder por 30% dos gastos, seu uso intensivo está ligado ao presenteísmo e absenteísmo, indicando uma população pouco saudável e pouco produtiva.
Manter os funcionários em boas condições físicas significa ter os custos sob controle e garantir a competitividade das empresas.
Fonte: MV-Sistemas-09.08.2016.