Diretor do Inca é exonerado sem aviso
Por Roberta Massa | 03.10.2016 | Sem comentáriosLuís Fernando Bouzas prestou serviço ao instituto durante 33 anos e soube de exoneração por meio de um funcionário;
O diretor geral do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Luís Fernando Bouzas, foi exonerado do cargo na quarta-feira, 28.
Com 33 anos de serviços prestados ao Inca, ele não recebeu nenhum comunicado sobre a demissão.
Trabalhava normalmente, quando um funcionário o avisou que a sua substituição havia sido publicada no Diário Oficial, assinado pelo ministro-chefe da Casa Civil.
Bouzas ficou menos de onze meses no cargo.
“Infelizmente resta a magoa da forma como fui destituído do cargo.
Não houve por parte dos responsáveis por este ato o respeito necessário ao servidor de 42 anos de serviço público, sendo 33 só no INCA.
Não existe motivador, segundo os próprios , a não ser a distribuição de cargos acordada entre políticos.
Este motivador torna-se um empecilho para as atividades das instituições sérias que deveriam ter seus gestores escolhidos por capacidade técnica e não por indicação de políticos.
Nem sempre ha boas intenções nestas escolhas.”, escreveu Bouzas em seu perfil no Facebook, na sexta-feira.
Ele informa que retomará as funções de pesquisa e assistência.
Bouzas dirigiu por onze anos o Centro de Transplante de Medula Óssea (Cemo), antes de assumir a direção geral do Inca.
Sob sua gestão, o número de doadores cadastrados passou de 50 mil, em 2004, para 3,8 milhões, ano passado.
Para o seu lugar, foi nomeada a médica Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, funcionária de carreira do Inca.
A exoneração de Bouzas foi classificada como arbitrária pela Associação dos Funcionários do Instituto Nacional do Inca (Afinca).
“Além da deselegância com que a mudança foi feita, ela é surpreendente porque Luís Fernando tinha menos de um ano no cargo.
Pior de tudo é assistir a uma exoneração e a uma nomeação para a direção do Inca, sem que o corpo técnico fosse sequer consultado.
Como ficam as metas e os acordos previamente estabelecidos com os servidores?
A Afinca lamenta o ocorrido e reafirma o compromisso de seguir lutando em defesa do Inca e de seus funcionários, com democracia e transparência”.
Fonte: Estadão-03.10.2016.