Brasileiros desenvolvem aparelho que examina a retina com smartphone
Por Roberta Massa | 14.10.2016 | Sem comentáriosGrupo vai participar de competição internacional com o equipamento em novembro; expectativa é de que projeto esteja no mercado em 2018.
O protótipo do equipamento que faz exames de retina usando um smartphone vai representar o Brasil em uma competição de inovação realizada no próximo mês na Alemanha.
O aparelho, Smart Retinal Camera (SRC), desenvolvido por três ex-alunos da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos.
É uma versão portátil do retinógrafo, aparelho que permite observar e registrar imagens da retina.
“Nosso objetivo é ajudar comunidades carentes, em cidades mais pobres nem têm oftalmologista, um equipamento custa de 70 a 80 mil dólares.
Esperamos que ele tenha um custo dez vezes menor do que o equipamento padrão”, diz o engenheiro de computação José Augusto Stuchi, um dos criadores do projeto.
Ele também é cofundador e engenheiro da Phelcom, startup criada pelo grupo para desenvolver o protótipo.
Financiado pelo Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Stuchi conta que o projeto teve início há dois anos e um olho mecânico foi utilizado para fazer os testes.
Com esse equipamento, um operador pode fazer o exame.
As imagens serão capturadas pelo celular e enviadas para nuvem para análise de um médico por meio de telemedicina.
Com ele, é possível ver o fundo de olho e examinar pacientes com diabetes, pessoas que podem desenvolver glaucoma, retinopatia e degeneração macular relacionada à idade.
Todos os problemas de retina podem ser detectados com esse retinógrafo”, explica.
Para os testes em seres humanos, o grupo está verificando a possibilidade de fazer em universidades ou solicitar uma autorização para a Anvisa.
A expectativa é que, até 2018, o aparelho já esteja no mercado.
Competição
No mês passado, os ex-alunos participaram da edição nacional do Falling Walls Lab.
Uma competição de soluções inovadoras que podem contribuir para a sociedade nas mais diversas áreas.
Ao todo, concorreram 94 projetos. Na final, que será realizada nos dias 8 e 9 de novembro na Alemanha, eles terão de enfrentar 99 concorrentes de várias partes do mundo.
“Estamos desenvolvendo um projeto técnico, mas, por trás do equipamento, tem o sonho de cumprir a nossa missão;
Contribuir com inovação para melhorar a saúde e a vida das pessoas.”
Fonte: Estadão-14.10.2016.
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