Gestão

BP vai adotar novo formato de isenção fiscal

Por Roberta Massa | 11.01.2017 | Sem comentários

A BP dá mais um passo para se equiparar aos hospitais do primeiro escalão e deixar de vez para trás a imagem de “instituição de saúde pública”.

A Beneficência obteve aval do Ministério da Saúde para integrar o grupo de hospitais de excelência formado por Albert Einstein, Sírio-Libanês, HCor, Alemão Oswaldo Cruz e Moinhos de Vento. Todos eles têm isenção tributária que é revertida em programas de atendimento médico, ensino ou pesquisa estabelecidos pelo ministério.

A Beneficência Portuguesa obtém imunidade fiscal porque cerca de 60% de seus atendimentos são voltados para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde). Mas é um modelo que dificulta a gestão, e obtenção de resultados, devido à defasagem na tabela de remuneração do governo.

Com o título de hospital de excelência, a Beneficência adotará o novo formato de isenção tributária a partir de 2018. “Neste ano, vamos definir com o Ministério da Saúde quais projetos adotaremos, mas com certeza continuaremos com atendimento para procedimentos de alta complexidade [para o SUS]”, disse Denise Santos, da Beneficência Portuguesa.

Denise ainda informou que ainda não está definido se haverá mudanças no volume desse tipo de atendimento, mas garantiu que os procedimentos de baixa e média complexidades continuarão sendo realizados nas duas unidades do grupo voltadas ao SUS.

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BP hospital de excelência

Entre os fatores que colocaram a Beneficência no grupo de hospitais de excelência estão os procedimentos de alta complexidade e os projetos de pesquisa e ensino.

O grupo também conseguiu em 2015 fechar as contas no azul – estava no vermelho há cinco anos.

Em 2016, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 69 milhões, o que representa mais do que o dobro dos R$ 32 milhões apurados em 2015. Neste mesmo período, a receita líquida avançou 20% para R$ 1,2 bilhão.

A Beneficência Portuguesa passa por uma forte reestruturação para se modernizar há cinco anos.

Nesse tempo, foi construído um hospital focado em oncologia para o público premium, foram feitos investimentos em equipamentos e na infraestrutura. Entre 2013 e 2016, foram investidos mais de R$ 350 milhões.

Entre 2017 e 2027, a previsão é que a expansão orgânica demande recursos de R$ 750 milhões. Deste total, R$ 135 milhões serão aplicados neste ano, sendo R$ 110 milhões em infraestrutura e manutenção e R$ 25 milhões para divulgar a marca.

A Beneficência Portuguesa iniciou, neste ano, um reposicionamento de marca de seus três hospitais que, até então, tinham bandeiras distintas.

Agora, o São Joaquim (conhecido como Beneficência Portuguesa) teve seu nome alterado para Hospital BP, o São José foi rebatizado de Hospital BP Mirante e o Santo Antônio mudou para BP Hospital Filantrópico. A área de medicina diagnóstica e clínicas médicas também ganharam a nomenclatura BP.

“A marca-mãe é BP. O objetivo desse reposicionamento é transmitir a ideia de que somos um grupo de saúde”, disse a presidente-executiva. O presidente do grupo BP é Rubens Ermírio de Moraes que assumiu o posto em 2009 em substituição ao seu pai, Antônio Ermírio de Moraes.

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