Opas alerta para risco de transmissão urbana da febre amarela no Brasil
Por Roberta Massa | 17.03.2017 | Sem comentáriosOrganização Pan-Americana de Saúde atribuiu a possibilidade à confirmação de casos em humanos e macacos em áreas próximas a centros urbanos.
A Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) emitiu na tarde desta quinta-feira, 16, um comunicado sobre febre amarela em que alerta para a possibilidade de o Brasil voltar a ter transmissão da forma urbana da doença.
No texto, a organização atribuiu o risco à confirmação de casos em humanos e macacos em áreas próximas a grandes aglomerados urbanos.
A Opas observa, no entanto, não haver até o momento evidências de que o Aedes aegypti, mosquito associado à forma urbana da doença, tenha provocado casos da infecção.
Mortes de macacos foram registradas em áreas próximas do Rio.
Em Minas, epicentro da epidemia até o momento, um paciente de Esmeraldas, cidade situada na região metropolitana de Belo Horizonte, teve a infecção confirmada.
Foi registrada ainda a morte de macacos na região próxima da capital mineira.
No comunicado desta quinta, a Opas foi mais enfática em relação ao risco de o Brasil voltar a ter a forma urbana da doença – o último caso foi registrado em 1942.
Na nota de janeiro sobre o tema, a organização afirmava: “risco de transmissão urbana da febre amarela não pode ser descartado.”
Em 17 de fevereiro, o comunicado dizia que, “mesmo que exista a possibilidade de uma mudança no ciclo de transmissão de febre amarela em curso, até o momento não há evidências de que o mosquito Aedes aegypti esteja envolvido na transmissão.”
O Ministério da Saúde, em comunicado, assegurou não haver no momento evidências de febre amarela urbana no País.
De acordo com a pasta, equipes de vigilância têm feito coleta de mosquitos nas áreas afetadas para verificar a presença do vírus.
O texto assegura que não foram encontrados até agora insetos infectados nas áreas urbanas.
No alerta desta quinta, a Opas informa que suas equipes estão em diversas áreas afetadas para apoiar o País na resposta ao surto.
O comunicado dá destaque ainda para expansão da doença no continente.
Além do Brasil, outros cinco países notificaram casos de febre amarela neste ano: Colômbia, Bolívia, Equador, Peru e Suriname – dois países a mais do que no boletim anterior, divulgado no início de março.
No Equador, a confirmação do caso é a primeira depois de 2012. No Suriname, nenhuma infecção era registrada desde 1972. O Peru registrou três casos e a Bolívia, um.
A Opas ressalta que Estados precisam continuar seus esforços para detectar, confirmar e tratar adequadamente e de forma oportuna os casos da doença, “dada a atual situação de febre amarela no Brasil e o surgimento de casos em áreas que passaram vários anos sem registros.”
De acordo com o comunicado, “para isso, é importante que profissionais de saúde estejam atualizados e capacitados para detectar e tratar os casos, especialmente em áreas de circulação do vírus.”
Fonte: Estadão-17.03.2017.