Clínicas de saúde adotam medidas anticorrupção
Por Roberta Massa | 13.07.2017 | Sem comentáriosSegundo levantamento produzido pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), cerca de R$ 22,5 bilhões dos gastos de operadoras de planos de saúde no país em 2015 foram desperdiçados, consequência de fraudes e procedimentos desnecessários.
Para tentar driblar o cenário, operadoras, clínicas e redes médicas começaram a reforçar o combate à fraude em suas instituições.
Um exemplo é o CECAM – rede de clínicas de saúde.
Na empresa, desde o recepcionista até o médico – todos os colaboradores – recebem um Manual Antifraudes quando são contratados.
De acordo com Anis Mitri, CEO do CECAM, o manual foi criado com o intuito de evitar fraudes aos planos de saúde, pedidos de exames desnecessários e qualquer outra prática que bate de frente com os valores da empresa: ética, integridade, sustentabilidade, inovação e resolutividade.
“Este manual prevê todas as situações em que ocorrem fraudes como passar outra pessoa com a carteirinha do convênio, ter uma consulta em uma especialidade como se fosse outra, cobrança indevida de exames não realizados, cobrança indevida aos pacientes, indicações desnecessárias de cirurgias e procedimentos.
Nossa ideia é fiscalizar e orientar todos os nossos colaborados, já que o manual também prevê punições aos infratores”, explica Mitri.
Além do Manual Antifraudes, a rede de clínicas, assim como outras empresas, tem diversos manuais e comissões para nortear a conduta ética de uma maneira geral.
O Manual do Colaborador, por exemplo, orienta até mesmo a forma como os funcionários devem se comportar nas redes sociais com temas relacionados à saúde e confidencialidade.
Tecnologia e protocolos ajudam a evitar fraudes
Outra aplicação que também ajuda a evitar fraudes e é utilizada na rede são os chamados protocolos de tratamento. Baseados em guidelines internacionais, diretrizes do Conselho Federal de Medicina e das sociedades e associações médicas, os protocolos indicam com base científica quais os procedimentos recomendados em cada doença.
Na prática, a melhor forma de fazer com que os protocolos sejam seguidos é usando a tecnologia como aliada.
Com um sistema de gestão integrado, é possível fazer o gerenciamento do grau de assiduidade e cumprimento por parte dos médicos para cada protocolo.
Quando o profissional solicita exames que fogem à regra, o sistema alerta e pede a justificativa.
“Remunerar médicos pela qualidade do atendimento e pela saúde do paciente parece utópico, mas não é.
Um dos principais caminhos são esses protocolos de tratamento.
O resultado obtido é a assistência médica integral ao paciente – com eficácia no tratamento baseada em dados científicos – sem onerar as operadoras de saúde, empresas e o próprio paciente.
Acreditamos que iniciativas assim ajudam a resgatar e melhorar a transparência no sistema de saúde”, finaliza o gestor.
Fonte: Hospitais Brasil – 13.07.2017.
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