Inovação

Como a telemedicina aproxima médicos de pacientes

Por Redação GeHosp | 28.02.2021 | Sem comentários

Costumo dizer que a telemedicina é simplesmente medicina, com ferramentas que aproximam as pessoas. Nossa experiência com a telemedicina no Hospital Israelita Albert Einstein e, posteriormente, aplicada a projetos junto ao Sistema Único de Saúde, nos mostra que a telemedicina está cada dia mais presente na vida dos brasileiros.

De fato, a telemedicina é uma realidade que tem apresentado muitos benefícios para ambos os lados. Pacientes e profissionais de saúde ganham com a tecnologia aplicada ao setor.

Com a pandemia do novo coronavírus, tem-se falado mais sobre o cuidado à saúde a distância, mas esse é um modelo que há anos vem sendo discutido pelo Conselho Federal de Medicina.

Lei Nº 13.989/2020  possibilitou que a telemedicina passasse a ser realizada no Brasil e hoje nós somos capazes de utilizar uma plataforma para auxiliar o governo do Estado a monitorar e atender virtualmente pacientes com o novo coronavírus.

É possível utilizar diferentes ferramentas, como a teleconsulta, o chat e a inteligência artificial para triar os pacientes em razão dos seus sintomas.

Na prática, diferentes ferramentas acopladas em uma plataforma permitem ao profissional de saúde atender os cidadãos onde quer que eles estejam. Entenda como esses recursos têm sido utilizado e como tem sido a resposta dos pacientes.

Como a telemedicina funciona e aproxima os médicos dos pacientes

A telemedicina não é uma simples videoconferência entre profissionais de saúde e pacientes. É uma nova forma de empregar cuidado em saúde que busca a quádrupla meta, segundo o Institute for Healthcare Improvement. Ela está pautada na melhor experiência do paciente, na gestão de saúde populacional, na melhor eficiência operacional reduzindo o desperdício e na satisfação do colaborador.

Basta calcular qual o custo e desvantagens de um cidadão que se desloca em uma cidade como São Paulo, indo até o pronto atendimento. A perda do capital produtivo, a emissão de gases, a espera que ele tem na unidade, além da exposição a diferentes riscos, com certeza tornam o atendimento por telemedicina muito mais vantajoso. O paciente tem uma experiência diferenciada, com redução de custos e ganho de qualidade de vida.

Dessa forma, a telemedicina é capaz de atender a população com muito mais eficiência, seja em centros urbanos ou rurais, que também têm uma necessidade latente de acesso a diferentes especialidades médicas. 

Digital First: proporcionado a melhor experiência para os pacientes

Nos últimos anos, no Hospital Albert Einstein, focamos no Digital First, isto é, priorizamos a comunicação digital com o paciente e buscamos proporcionar a melhor experiência on-line. Afinal, ele precisa ter acesso ao médico, estrutura hospitalar, informações de seus exames, agenda etc., sem precisar se deslocar ou entrar em contato com o call center para fazer uma consulta ou um exame.

Com a visão do Digital First, é possível entender a demanda real do paciente e direcioná-lo para o caminho adequado ou mesmo levar o atendimento domiciliar até ele.

Com o serviço de teledermatologia, por exemplo, foi possível reduzir o tempo de espera de 12 meses para menos de uma semana. 

Para isso, foram realizadas fotografias das lesões de pele dos pacientes, que foram encaminhados para especialistas já com o diagnóstico realizado por médicos generalistas.

Fluxo de atendimento com especialista no setor público (12 meses de fila)Fluxo de atendimento com teledermatologia (1 semana)
1. Paciente identifica os sintomas
2. Agenda consulta com médico generalista
3. Realiza consulta na UBS
4. Paciente é encaminhado para especialista
5. Recebe ligação para agendamento
6. Agenda consulta com especialista
7. Vai à consulta com especialista
8. Começa o tratamento

1. Paciente identifica os sintomas
2. Agenda consulta com médico generalista
3. Realiza consulta na UBS
4. APP
5. Volta para UBS com orientação (70%)
6. Biópsia (3%)
7. Consulta especializada em dermatologia (27%)
Fluxo de Atendimento

Dispositivos tecnológicos que auxiliam o contato a distância com o paciente

Existem cada vez mais dispositivos tecnológicos para serem utilizados pelo próprio paciente para que o médico identifique sinais que fogem à normalidade, mesmo à distância. Por meio desses aparelhos, que os pacientes podem ter em casa, é possível mostrar ao médico com detalhes as lesões de pele, fundo dos olhos, fazer ausculta cardíaca, aferir pressão arterial, temperatura, glicemia, saturação de oxigênio etc.

Todos esses equipamentos e inovações têm proporcionado aos pacientes um atendimento eficiente no conforto da sua casa. A tecnologia permite estender os nossos braços, os nossos ouvidos e a nossa sensibilidade.

Ela não afasta as pessoas, não faz com que o médico se refugie no seu consultório e não queira mais ver seus pacientes. Sensibilidade não quer dizer presença. Sensibilidade quer dizer conexão.

Nós precisamos estar sempre conectados com os nossos pacientes e a tecnologia permite e potencializa isso. Desde que saibamos o exato momento de que o limite chegou e que é preciso encaminhá-los para um atendimento presencial, fazer um exame físico mais acurado ou ainda um novo exame laboratorial. Em outras palavras, os profissionais de saúde têm total habilidade para identificar riscos e a urgência para o tratamento de cada caso. 

Portanto, quando observamos a lógica de um sistema de saúde que quer estar próximo do paciente, que possui recursos tecnológicos de ponta no centro cirúrgico, na terapia intensiva e na unidade de pronto atendimento, percebemos que a telemedicina está sendo usada para que os profissionais de saúde estejam cada vez mais próximos dos seus pacientes.

Autor: Dr. Eliezer Silva

Fonte: Pixeon

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