Tecnologia

Hospital São Lucas utiliza metaverso para planejamento de cirurgias e discussões clínicas

Por Redação GeHosp | 13.03.2023 | Sem comentários

Tecnologia 3D e ambiente virtual facilitam cirurgias complexas e encontros multidisciplinares de especialistas de qualquer parte do mundo.

As impressões tridimensionais e os ambientes virtuais no metaverso estão sendo utilizadas para o planejamento de cirurgias mais complexas no Hospital São Lucas Copacabana, pertencente à Dasa, a maior rede de saúde integrada do Brasil.

Na prática, as imagens obtidas em exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada são processadas e reconstituídas em 3D, o que oferece uma visão muito mais ampla e detalhada de órgãos e estruturas vasculares para estudo e planejamento de procedimentos, como por exemplo, transplantes, cirurgias oncológicas e revisões de cirurgias bariátricas.

Até o momento, o São Lucas já utilizou mais de cem modelos virtuais em 3D para procedimentos de revisão de bariátricas e 40 para casos de câncer.

Segundo Romulo Varella, radiologista e coordenador do Centro de Diagnóstico por Imagem do Hospital São Lucas Copacabana, com base nesses modelos virtuais, os médicos tomam decisões importantes, como se é possível ou não operar, com garantia da segurança do paciente.

Ainda é possível que as imagens em 3D virem protótipos do tamanho real de órgãos, inclusive com detalhes palpáveis, como as veias e artérias que percorrem a região que está sendo analisada, o que aumenta a exatidão no ato cirúrgico.

Tecnologia a favor do paciente

“O uso dessas tecnologias traz muitos benefícios aos pacientes, pois esses recursos possibilitam cirurgias com melhores resultados, como menos tempo de procedimento e menor probabilidade de complicações, e, consequentemente, uma recuperação, mais rápida e com menor tempo de internação.

Os modelos 3D também aprimoram a relação médico-paciente, já que fica mais fácil explicar como será o procedimento, ilustrando com imagens realistas”, explica o médico.

“Sem a utilização desses modelos virtuais em 3D, os médicos só conseguem ter certeza do que vão encontrar depois que iniciam o procedimento. Agora conseguimos mitigar as surpresas, pois o planejamento cirúrgico tornou-se mais fidedigno à anatomia do paciente e da lesão que será abordada”, revela Fernando de Barros, cirurgião e coordenador do Programa de Cirurgia Robótica e Bariátrica do São Lucas Copacabana.

O cirurgião, especialista em procedimentos bariátricos, conta como acontece a escolha da visualização em 3D dos casos cirúrgicos. “Utilizamos a tecnologia 3D, a realidade virtual e a realidade aumentada em casos mais complexos que envolvam abordagens mais arriscadas, técnicas cirúrgicas mais avançadas e exigem mais do cirurgião.

Com isso, temos conseguido um excelente desfecho clínico e um cuidado personalizado”, comenta Fernando de Barros.

Romulo Varella menciona ainda um caso real recente. Uma paciente apresentava suspeita de câncer e, depois de passar por uma série de exames, incluindo a criação do modelo de imagens 3D, os médicos identificaram uma úlcera e realizaram, com sucesso, a cirurgia associada à tecnologia robótica.

“Com as imagens em 3D, podemos projetá-las diretamente no robô, utilizando mais uma tecnologia a favor do paciente”, complementa o médico.

As imagens em 3D podem ser aplicadas em três áreas: realidade virtual, realidade aumentada e impressão 3D feita no Laboratório Biodesign, também da Dasa, em parceria com a PUC-Rio.

Discussão de casos clínicos sem sair do lugar

O metaverso também traz a possibilidade de agregar mais informações e realizar simulações nas discussões multidisciplinares de casos com especialistas de qualquer parte do mundo e manipular interativamente os modelos 3D.

Nesses casos, são usados os conceitos de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR), que se confundem com a noção de metaverso. Embora os primeiros (VR/AR) possam ser considerados habilitadores de tecnologias de mídia, o metaverso configura um contexto geral de aplicação no qual essas tecnologias contribuem para um novo tipo de experiência.

Fonte: ANAHP – 13.03.2023

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