A polêmica chegada do cantor Pedro Leonardo ao Hospital em São Paulo.
Por Roberta Massa | 28.04.2012 | Sem comentáriosNesta semana acompanhamos pela mídia o trágico acidente envolvendo o cantor Pedro Leonardo, filo do cantor Leonardo.
Particularmente tenho um carinho especial pelo cantor, considero-o uma ótima pessoa e sinceramente torço pela sua recuperação.
Sua tragédia comoveu a população e ao mesmo tempo me trouxe uma grande revolta pois ficou claro o mais uma vez como o acesso a saúde é diferenciada no Brasil.
Pedro ao chegar ao aeroporto de São Paulo foi transferido em uma ambulância UTI ao Hospital Sírio Libanês, este deslocamento teve o apoio da CET que interditou corredores e da Policia Militar que escoltou a ambulância durante todo o trajeto.
Toda a estrutura foi criada para evitar complicações ao paciente que deveria chegar o mais rápido possível no hospital já que o seu estado é considerado gravíssimo.
Vejamos as notícias abaixo:
Homem morre à espera de ambulância em Contagem
Idosa morre depois de esperar 26 horas por vaga em UTI em Campinas.
Agora eu faço algumas perguntas:
Por que os demais cidadãos brasileiros não são tratados da mesma maneira que o cantor Pedro? Não estou me referindo aqui ao tratamento de ponta que está sendo pago pela família, mas sim o apoio das autoridades e serviços públicos.
Quando vemos a CET e a policia militar interditando vias e fazendo escoltas para socorrer um acidentando?
Com qual freqüência um paciente acidentado chega ao hospital e consegue uma vaga de imediato na UTI?
Certamente a resposta não é difícil de ser dada, pois o que vemos são pessoas esperando atendimento nas ruas, pois as ambulâncias não conseguem chegar devido ao transito caótico das cidades.
Quando chegam ao hospital são obrigadas a aguardar horas para ter o atendimento que realmente necessitam, isso quando o paciente consegue sobreviver.
A triste realidade da saúde no Brasil é clara e a corrupção já não produz a mesma surpresa de antes, mesmo existindo sim a indignação das pessoas. Agora o que foi evidenciado nesse caso é algo além pois o fato desse paciente ser famoso conseguiu mobilizar um contingente de policiais e agentes de trânsito que nesse momento deixaram de fazer seu trabalho junto à população.
Sinceramente espero que esse tipo de situação faça com que surja no Brasil uma profunda reflexão sobre o hiato no tratamento de saúde entre os “Vips” (que já possuem o atendimento nos hospitais privados), e a diferenciação também no atendimento por parte dos agentes públicos. Isso é uma vergonha!
Até a próxima.