Gestão

OMS lança plano de US$ 56 milhões para combater epidemia de zika

Por Roberta Massa | 17.02.2016 | Sem comentários

A OMS (Organização Mundial da Saúde) lançou nesta terça-feira (16) um plano estratégico global no valor de US$ 56 milhões –em torno de 225 milhões de reais– para combater a epidemia de zika, a microcefalia (má-formação no cérebro de bebês) e as condições neurológicas associadas ao vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

Intitulado de “Plano de Arcabouço para Reação Estratégica e Operações Conjuntas”, a OMS pretende investir esse montante até junho deste ano. Do total, 25 milhões seriam financiados pela organização em conjunto com a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) e o restante por parceiros chave.

O valor será distribuído em seis categorias: campanhas de conscientização (em torno de US$ 15 milhões), cuidados com as pessoas afetadas pelo vírus (em torno de US$ 14 milhões), vigilância (em torno de US$ 7 milhões), combate ao vetor, pesquisa e coordenação em torno de US$ 6 milhões, cada um.

Já o repasse para os países afetados será determinado de acordo com a incidência de Aedes, zika, microcefalia, aumento de casos de síndrome neurológicas nos países. O Brasil, por ser um dos mais afetados pelo surto de zika e microcefalia, se enquadra em todas as categorias e, por isso, deve ser um dos maiores contemplados no plano global da OMS.

O objetivo do plano é mobilizar e coordenar parceiros, peritos e recursos para ajudar países a incrementar a vigilância da zika e dos distúrbios que possam estar ligados ao vírus, aumentar o controle vetorial, comunicar efetivamente os riscos, tomar medidas de orientação e proteção, prover assistência médica aos afetados e estabelecer um processo rápido de pesquisa e desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e terapias.

A diretora da OMS, Margaret Chan, diz que a “situação da zika é particularmente grave por causa do potencial de propagação internacional, dada a ampla distribuição geográfica distribuição do mosquito vetor, a falta de imunidade da população em áreas recém-afetadas, e a ausência de vacinas, tratamentos específicos e testes de diagnóstico rápido”.

Com base em recomendações do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional, a OMS declarou no dia 1° de fevereiro que os casos crescentes de distúrbios neonatais e neurológicos, em meio ao crescente surto da zika nas Américas, constituem uma emergência de saúde pública de importância internacional.

A partir de 12 de fevereiro, segundo a organização, 39 países relataram a circulação autóctone (ocorrida dentro do território nacional e não em pessoas que viajaram para o exterior) de vírus da zika. Também foram registrados casos importados nos Estados Unidos, na Europa, e em países não endêmicos da Ásia e do Pacífico.

Uma das estratégias da OMS é focar na forma de distribuição, extensão e natureza de infecção pelo vírus da zika, e as tendências em microcefalia e na síndrome Guillain-Barré. Para garantir uma coordenação eficaz de parceiros internacionais e demais interessados, a entidade pretende investir cerca de US$ 6 milhões para estabelecer equipes de gestão de incidentes no âmbito global, regional e dentro do país com a finalidade de estreitar a comunicação e facilitar o combate ao vetor.

A OMS estima também em pouco mais de US$ 6 milhões o investimento no combate ao Aedes aegypti em países que abrigam o mosquito, na distribuição de repelentes, principalmente para gestantes e mulheres em idade fértil.

Fonte: Folha de São Paulo- 17.02.2016

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