Gestão

Situação financeira faz pacientes procurarem clínicas populares

Por Roberta Massa | 26.09.2016 | Sem comentários

A situação financeira tem feito moradores do noroeste paulista a desistir dos planos de saúde e quem não quer ou não pode esperar pelo SUS, Sistema Único de Saúde, tem encontrado uma alternativa. Na região tem aumentado o movimento nas clínicas populares.

A aposentada Mariza de Melo Costa sempre teve convênio médico, mas nos últimos anos, o valor do plano subiu muito e ela parou de pagar. Agora quando precisa de um especialista, ela recorre a uma clínica popular. “Já procurei um médico em outro hospital e a consulta era R$ 300, na clínica eu paguei R$ 70 os exames também eu fiz na clínica, cotei na cidade inteira e era mais barato”, afirma.

Mariza não está sozinha. Desde maio do ano passado, 1,4 milhão de clientes desistiram dos planos de saúde, segundo a ANS, Agência Nacional de Saúde.

E com isso, o movimento nas clínicas populares não parou de aumentar. “A partir de agosto deste ano os nossos atendimentos dobraram devido a esses pacientes terem migrado do convênio, terem deixado de pagar, ou ter se desligado de alguma empresa que oferecia esse convênio”, afirma Fabiano de Moraes, coordenador de clínica.

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Os exames também são mais baratos. O raio X que costuma custar R$ 120, na clínica popular sai por R$ 50. O hemograma completo, que pode chegar a R$ 35, na clínica custa R$ 15.

Só em São José do Rio Preto (SP), são cinco clínicas desse tipo.

Uma delas tem pouco mais de um ano. Quando começou a funcionar eram feitos em média 100 atendimentos por mês. Este ano, a procura aumentou e a média tem sido em torno de 500 atendimentos por mês. “Existe uma porcentagem, a gente consegue trabalhar com esse preço, uma porcentagem fica para ele outra para clínica, para o médico e até maior que ele ganha no convênio, vantagem para o médico e para o paciente”, diz o médico sócio André Luiz Del’Arco.

O construtor Célio Luiz da Rocha precisava de um oftalmologista. Pelo SUS, só tinha consulta para daqui a seis meses. Quando ele descobriu que era possível pagar R$ 89 nestas clínicas, não pensou duas vezes. “Vim de manhã e já fui consultado. É rápido, acessível e tem preço bom”, afirma.

Outra clínica em Rio Preto começou a funcionar em abril. Em cinco meses, o número de consultas por dia passou de três para 30. “A gente acaba pegando essa fatia da população que não tem esse atendimento de qualidade do SUS e não tem condições de pagar um plano de saúde”, afirma o administrador Lucas Ferreira Queiroz.

Fonte: G1 – 26/09/2016.

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