Gestão

Desperdício e Ineficiência, os maiores problemas da saúde suplementar

Por Roberta Massa | 05.01.2017 | Sem comentários

Um dos assuntos mais abordados é o desperdício na saúde suplementar, um dos principais motivos para os elevados custos do setor de saúde suplementar.

Por tanto, quando um médico assume um dos principais hospitais do País e afirma que “caro é o desperdício, cara é a ineficiência, a complicação, a readmissão (hospitalar).

Tudo isso torna a saúde cara”, não podemos deixar de ecoar suas preocupações.

A declaração foi feita pelo cirurgião Sidney Klajner, novo presidente do Hospital Israelita Albert Einstein, em entrevista à Folha de S.Paulo e reflete bem o que defendemos há tempo.

Apenas para contextualizar o que estamos falando, eventos adversos em saúde consomem até R$ 15 bilhões da saúde privada no Brasil por ano.

Como apontamos no Estudo “Erros acontecem: a força da transparência no enfretamento dos eventos adversos assistenciais em pacientes hospitalizados”.

Na conta estão inclusos gastos com medicação aplicada em dosagem errada ou na dosagem correta mas com o medicamento errado, falhas no atendimento que levaram a readmissão de pacientes e muitos outros problemas que poderiam ser evitados.

Ainda faltam computar outros desperdícios, como exames realizados duas vezes, exames realizados mas não retirados, gastos com materiais e exames não necessários etc.

O excesso de equipamentos, como aparelhos de ressonância magnética e mamógrafos, de manutenção cara e normalmente sub ou super utilizados é outra fonte de desperdício.

O TD 51: “PIB estadual e Saúde: riqueza regional relacionada à disponibilidade de equipamentos e serviços de saúde para setor da saúde suplementar” faz uma radiografia dessa questão.

A origem do problema está, contudo, diretamente relacionada ao modelo de pagamento ainda adotado no Brasil: o regime de “conta aberta” (fee for service).

Com ele, o hospital é incentivado a consumir o máximo de insumos possíveis para fazer a conta crescer e, assim, aplicar suas taxas sobre todo o consumo.

Há um estímulo ao uso dos insumos mais caros e a conta é paga pelo plano, incorporando os desperdícios.

O que torna ainda mais importante o comentário do novo presidente do Hospital Israelita Albert Einstein.

Vale ainda destacar que o estudo “A cadeia da saúde suplementar”, produzido pelo Insper a nosso pedido, demonstra que as falhas de mercado, como competição imperfeita, oligopólio diferenciado, assimetria de informação e corrupção.

Alavancam os custos de OPMEs, como mostra o TD 55: “Distorções nos gastos com OPME” –,combinadas ao atual modelo de remuneração dos prestadores, criam as condições perfeitas para potencializar os custos de saúde no País.

Portanto, ou o mercado muda o modelo de pagamento, premiando a eficiência e punindo o desperdício, ou o sistema continuará registrando recordes de custos.

Fonte: IESS-05.01.2017.

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