Hospital Santa Paula investe em capacitação de corpo clínico com foco no acolhimento do paciente e seu familiar
Por Roberta Massa | 10.10.2018 | Sem comentáriosCerca de seis pacientes por dia recebem intervenção da equipe de cuidados paliativos do hospital; o objetivo é aumentar o número de atendimento até 2020.
O Hospital Santa Paula, centro de excelência em saúde na zona sul de São Paulo e referência em procedimentos de alta complexidade, aderiu ao Dia Mundial de Cuidados Paliativos, lembrado em 13 de outubro.
A data é promovida pela organização internacional não governamental World Hospice and Palliative Care Alliance (WHPCA) e acontece em todo o mundo sempre aos segundos sábados de outubro.
Para chamar atenção ao tema neste mês, o hospital vai realizar uma roda de conversas com a população no Instituto Tomie Ohtake e um simpósio de capacitação do corpo clínico no hospital.
As ações vão ao encontro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em monitorar as necessidades do paciente.
E o acolhimento à sua família a partir do diagnóstico como parte de uma necessidade humanitária urgente para pessoas com doenças graves e não apenas terminais.
Um ranking feito pela consultoria Economist Intelligence Unit mostra que os brasileiros ainda morrem com sofrimento no país.
Segundo o relatório, o Brasil está entre as piores nações em tratamentos paliativos a pacientes terminais.
Em uma lista de 80 países, o Brasil ficou em 42º, atrás de nações como Uganda e Equador.
Segundo um estudo da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), atualmente, apenas 177 equipes atuam na área em todo o território brasileiro.
“Desde que iniciamos o programa de cuidados paliativos no Hospital Santa Paula atendemos uma média de seis pacientes ao dia.
A demanda é muito alta e urgente em pacientes que atravessam um período grave de sofrimento físico e psíquico.
Sabemos que essa abordagem no Brasil ainda é uma realidade para poucos.
Por isso queremos contribuir com a capacitação de profissionais multidisciplinares como nutricionistas, psicólogos, médicos, fisioterapeutas, farmacêuticos e enfermeiros.
Ter uma área de cuidados paliativos no ambiente hospitalar é fundamental para a promoção da qualidade de vida de nossos pacientes”, afirma George George Schahin”, presidente do Hospital Santa Paula.
O plano de investimento na estruturação da área no Santa Paula contempla a contratação de novos profissionais até 2020, além de aportes em capacitação profissional.
Além de ser bom para o paciente trabalhar a afirmação da vida e tratar a morte como um evento natural.
O programa pode representar uma alocação de recurso mais inteligente e economicamente viável do que tratamentos tradicionais.
Uma vez que pesquisas demonstram que o cuidado integral com equipe especializada pode representar uma economia de até 40%.
Visto que os insumos tecnológicos considerados desproporcionais são descartados, como ventilação mecânica e UTI, por exemplo.
Não obstante, o suporte de uma equipe multidisciplinar consegue atuar com mais eficiência no controle de sintomas e satisfação do paciente.
No caso dos pacientes em critério de terminalidade, dados da ANCP apontam que quase metade deles não precisavam estar no hospital.
Deste modo, a área de cuidados paliativos trabalha com a afirmação da vida e trata a morte como um evento natural.
O objetivo é não acelerar ou retardar este momento, mas oferecer ao indivíduo a opção de ter uma morte digna.
No local de sua preferência, auxiliando na resolução dos problemas concentrados no encerramento da vida e na identificação de seu legado.
A equipe está apta a identificar as prioridades do paciente neste momento e enfatizar sua participação em atividades prazerosas.
“Um paciente mais satisfeito e menos deprimido apresenta menos sintomas.
Vemos em outros países que muitos indivíduos internados preferem suas casas a hospitais.
No Santa Paula, temos uma equipe de cuidados paliativos que tem como objetivo proporcionar ao paciente um cuidado que envolve controle da dor.
Suporte nutricional e conforto térmico, além de acolher seus familiares nos momentos mais difíceis de aceitação dentro e fora do ambiente hospitalar”, afirma o presidente do HSP.
Eventos do mês de outubro
No dia 23 de outubro, o hospital vai realizar um bate-papo gratuito com a população no Instituto Tomie Ohtake, na zona oeste da capital paulista.
O evento vai abordar os cuidados paliativos sob três pontos de vista: o paciente em fase terminal, o paciente em sofrimento – sem risco de morte, e o familiar.
A médica paliativista referência na área, Ana Claudia Quintana Arantes, o consultor em Desenvolvimento Humano e co-criador do projeto Cineclube da Morte, Tom Almeida.
E a médica Milena Reis, responsável pela área de Cuidados Paliativos no Hospital Santa Paula, vão conduzir a conversa entre 14h e 16h.
Os interessados em participar devem se inscrever pelo site www.santapaula.com.br/eventos.
Outra iniciativa do hospital voltada à conscientização da data é a realização do I Simpósio sobre Cuidados Paliativos no próximo dia 27 de outubro.
Com uma abordagem multidisciplinar, o evento será fechado para colaboradores e abordará questões como controle da dor.
Experiência do paciente no ambiente hospitalar e ambulatorial, sedação, morte digna, abordagem familiar e luto.
“Entendemos que os profissionais de saúde precisam ser formados para saber abordar dores, angústias e morte, reduzindo assim o sofrimento dos nossos pacientes.
Além disso, estamos investindo na capacitação do corpo clínico com reuniões semanais sobre Cuidados Paliativos.
São iniciativas que reforçam o compromisso do hospital com a gestão humanizada”, explica o diretor clínico.
Sobre o Hospital Santa Paula?
O Hospital Santa Paula, centro de excelência em saúde da zona sul de São Paulo, foi inaugurado em 1958.
O HSP ocupa uma área de 15 mil m², possui 200 leitos, 09 salas de cirurgia e 50 leitos dedicados à terapia intensiva: 32 na UTI Geral, 9 na UTI Cardiológica e 9 na UTI Neurológica.
O Centro Cirúrgico HSP possui 09 salas de cirurgia e 10 leitos para recuperação anestésica.
Anualmente, o HSP realiza 7.500 procedimentos cirúrgicos, 12 mil internações e atende no Pronto Atendimento cerca de 100 mil pacientes.
O hospital emprega mais de 1.200 colaboradores e possui um corpo clínico aberto com 1.500 médicos.
O HSP é acreditado ONA – Organização Nacional de Acreditação, nível 3, desde 2008; em 2012.
Conquistou a certificação Joint Commission International
Para mais informações acesse:www.santapaula.com.br
