Tecnologia

Tecnologia na Saúde: a revolução da medicina preditiva

Por Roberta Massa | 31.03.2017 | Sem comentários

A adoção de ferramentas que agregam inteligência à gestão dos dados dos pacientes permite redução de problemas e, consequentemente, de custos assistenciais

O mercado talvez não tenha compreendido, de forma profunda e ampla, o impacto que a tecnologia na Saúde e a revolução dos dados gerará tanto na estrutura de custos quanto na forma de fazer tratamento e prevenção de doenças.

Segundo a consultoria global Gartner, até 2020, 40% das pessoas poderão cortar seus custos de Saúde com ajuda de rastreadores fitness – um tipo de wearable device, ou dispositivo vestível -, graças a um acompanhamento mais inteligente, e em tempo real, de suas informações individualizadas e de recomendações de atividades que evitem problemas futuros.

Segundo a consultoria, um dos principais causadores de risco à Saúde é o sedentarismo, que atinge 41% da população masculina e 48% da feminina em países desenvolvidos.

Quem não faz exercícios moderados por pelo menos 30 minutos ao menos quatro vezes por semana está de 20% a 30% mais suscetível a óbito.

Entre homens, por exemplo, caminhar ao menos 30 minutos por dia pode reduzir em 18% o risco de doenças na artéria coronária, ao passo que entre as mulheres, três horas de caminhada por semana diminui em 35% o risco de ataque cardíaco.

“Rastreadores fitness são úteis àqueles que buscam metas semanais registrando seu progresso em sua base diária.

Dispositivos que monitoram frequência cardíaca podem garantir que o usuário se engaje em um programa de Saúde com a intensidade e duração que não seja somente mais útil, como também mais efetiva”, explica a consultoria.

Mas os monitores são apenas o primeiro passo para uma visão global da tecnologia na Saúde, que conduza a uma postura mais proativa na gestão individual da saúde, explica Alexandre Erik Costa, gerente de contas da MV.

“A combinação da medicina preventiva e da medicina preditiva garante muito mais qualidade de vida para a pessoa, que precisa passar por menos procedimentos médicos invasivos”, detalha, indicando que essa postura, invariavelmente, gera uma redução de custo para todo o sistema de Saúde.

Em primeiro lugar, a medicina preventiva é aquela direcionada a evitar que doenças sejam desenvolvidas.

Alguém que possua forte tendência a desenvolver uma doença crônica – como um hipertenso ou alguém que possua exames alterados, indicando potencial para desenvolver diabetes, por exemplo – pode prevenir a evolução da enfermidade adotando hábitos mais saudáveis, como a prática de exercícios físicos, acompanhamento nutricional e outros cuidados específicos.

Mas a tecnologia na Saúde abriu espaço para o desenvolvimento de outra modalidade: a medicina preditiva.

“Todas as doenças que são causadas principalmente pelos maus hábitos e por hereditariedade podem ser identificadas com anos de antecipação com a análise das informações clínicas do paciente”, esclarece.

“A análise preditiva permite a identificação de possíveis riscos na saúde por meio de informações clínicas previamente existentes, mas não somente do paciente: de seus familiares e de grupos de risco dos quais ele faz parte”, continua Costa.

No passado, os dados de Saúde ficavam registrados em formulários de papel, espalhados entre as diferentes entidades nos quais a pessoa tinha sido atendida ao longo de sua vida.

Agora, com a informatização do setor, já é possível ter o Registro Eletrônico de Saúde (RES), um sistema completo para registro de todas as etapas de atendimento de pacientes.

Permitindo a criação e arquivamento do histórico clínico, também que cada prestador de serviço tenha um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), no qual todos os procedimentos realizados naquele local, bem como as informações básicas do usuário, estejam centralizados e integrados.

No futuro, a tendência é que cada indivíduo tenha um Registro Pessoal de Saúde (Personal Health Recorder – ou PHR), no qual, sob seu poder, estarão todas as suas informações médicas registradas ao longo de sua vida nos mais diversos pontos de atendimento nos quais tenha passado.

De qualquer forma, hoje já há entidades, como operadoras de Saúde e redes hospitalares, que agregam informações individualizadas de seus usuários no PEP e pedem que eles mesmos preencham informações pessoais, como hábitos alimentares e práticas físicas, para, por meio de seu engajamento, entender seu comportamento e traçar previsões.

“Isso gera indicadores pessoais sobre sua saúde e permite ao sistema usar esses dados em uma análise preditiva”, explica Costa, detalhando que essa preditividade é garantida por sistemas de análise de dados especializados em Saúde, ou seja, quanto mais dados estiverem estruturados, mais informações estarão disponíveis para serem trabalhadas.

Soluções já permitem, também, que os prestadores de serviço criem “calculadoras clínicas”, que são utilizadas para predizer cenários nos quais a operadora ou o hospital consiga traçar a perspectiva de saúde futura daquela pessoa.

“O mais importante é agregar inteligência aos dados, graças às análises e engajamento do usuário.

Essa combinação garante um autocuidado mais efetivo e, consequentemente, uma redução de custos ao setor”, continua o especialista.

Segundo ele, com a integração dos wearable devices a esses sistemas de análise – pelos quais os dados de Saúde serão enviados aos sistemas de forma automática e frequente – a medicina preditiva ganhará ainda mais força.

Fonte: MV-Sistema de Gestão em Saúde – 31.03.2017.

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