Qualidade

Hospital em Itajubá é candidato à certificação para procedimentos cirúrgicos e invasivos

Por Roberta Massa | 30.05.2018 | Sem comentários

O Hospital Escola de Itajubá (MG) é a primeira unidade a se candidatar à Certificação em Segurança e Qualidade em Cirurgia Segura e Procedimentos Invasivos.

Nova avaliação desenvolvida pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) e o Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).

Para assegurar a eficiência nos procedimentos cirúrgicos dos hospitais brasileiros e dar mais assertividade a esses métodos.

A unidade buscou o processo para poder oferecer um serviço mais seguro e com qualidade aos pacientes.

“Essa procura vai ao encontro dos projetos de transformação da estrutura física e humana que nossa instituição vem desenvolvendo ao longo de oito anos de gestão.

O que vem possibilitando nos tornarmos referência em alta complexidade na região sul de Minas Gerais.

Para participar, fizemos mudanças expressivas com obras de reforma e ampliação, possibilitando readequar setores e abrigar novos serviços.

Fundamentais para o atendimento de alta complexidade.

Instalamos um moderno Centro de Medicina Diagnóstica por Imagem e Laboratorial e um serviço de Hemodiálise, que atualmente assiste cerca de 500 pacientes”.

Conta o diretor geral da instituição, Rodolfo Cardoso.

A instituição também implantou um serviço de alta complexidade na área cardiovascular.

Lean Six Sigma

Que inclui uma Sala Híbrida para os procedimentos endovasculares, radiologia, cardiologia e neurologia intervencionistas.

Além das cirurgias vasculares abertas, cirurgias cardíacas e transplantes de coração.

O hospital realiza, ainda, procedimentos de alta complexidade em ortopedia e traumatologia e cirurgia bariátrica.

Recentemente, a instituição tornou-se o primeiro e único Centro Transplantador de Órgãos, Tecidos e Células do Sul de Minas e um dos poucos do estado.

Realizando captação e transplantes de rim, fígado e coração, e caminha para a implantação do programa de transplantes de medula óssea e córnea.

Para se adequar ao processo, o Hospital vem se mobilizando internamente e já realizou treinamentos na área de segurança do paciente.

Promoveu campanhas sobre higiene das mãos, risco de queda, identificação do paciente e cirurgia segura, padronizou documentos norteadores para a qualidade assistencial.

Que estão disponíveis na intranet para acesso de todos os colaboradores.

Realizou auditorias e formou comissões e grupos de trabalho buscando melhorias contínuas.

Para Rodolfo Cardoso, a certificação irá proporcionar o gerenciamento dos indicadores que envolvem a estrutura e os processos.

E contribuir para o monitoramento contínuo e a manutenção das boas práticas, vindo ao encontro do planejamento estratégico da instituição.

No que se refere aos serviços de cirurgias e procedimentos invasivos, para serem gerenciados e ofertados aos pacientes com qualidade e segurança.

Garantia de qualidade

A nova certificação do CBA-CBC tem como premissa garantir o cumprimento de técnicas seguras em todas as etapas que envolvam o procedimento cirúrgico.

Aprimorar a educação dos profissionais, melhorar o gerenciamento do risco e fortalecer a confiança da comunidade na instituição de saúde.

O manual tem como base a cartilha sobre os princípios de Cirurgia Segura, lançada há oito anos pela OMS.

“As avaliações para essa nova certificação abrangem etapas que vão muito além do ato cirúrgico, já descritos nos dez objetivos da cirurgia segura traçados pela OMS.

Essa certificação também engloba temas como gestão dos serviços de cirurgia e estabelecimento dos privilégios de cada profissional”.

Explica o coordenador de acreditação do CBA, José de Lima Valverde Filho.

De acordo com ele, cirurgia segura tem a ver com protocolos e condutas corretas, profilaxia, uso de antibióticos, alta hospitalar.

E com parâmetros avaliados e seguidos na recuperação anestésica.

“Como todas essas recomendações vão muito além do ato cirúrgico, elaboramos um manual que se preocupa com essas questões.

Um exemplo é o estabelecimento de uma lista ou catálogo de abreviaturas, acrônimos, siglas que possam ser usados ou não.

No prontuário ou em outros documentos ligados aos cuidados dos pacientes cirúrgicos e de procedimentos invasivos”, destaca.

Segundo Valverde, é preciso ainda avaliar outros aspectos que interferem na segurança da cirurgia como:

Se o hospital está preparado para fazer o procedimento, se tem recursos tecnológicos suficientes para a realização da cirurgia e de apoio, em caso de complicações cirúrgicas.

Outra questão a ser analisada é com relação à qualificação dos profissionais que vão fazer o procedimento.

E à qualidade do cuidado recebido pelo paciente durante sua permanência no hospital.

Responsável pelo desenvolvimento desse novo produto junto ao CBA, o ex-presidente e atual membro do Conselho Superior do CBC, Heládio Feitosa de Castro Filho.

Assegura que a certificação confere uma garantia de que a instituição está, realmente, cumprindo as determinações relativas à cirurgia segura da OMS.

E indo além do que preconiza o órgão, já que o manual elaborado pelo CBC-CBA é mais abrangente.

“A OMS já tinha definido alguns critérios mínimos, mas estamos indo além e introduzindo outros elementos estabelecidos na forma de padrões divididos em três grupos.

Para que haja maior profundidade nessa avaliação e, consequentemente, maior segurança na certificação”, considera.

Processo de certificação

As unidades de saúde que quiserem se submeter à avaliação poderão restringi-la a um determinado serviço de cirurgia.

Ou procedimento invasivo ou mesmo a avaliação de todo o departamento de cirurgia do hospital, incluindo todos os serviços cirúrgicos.

De acordo com a superintendente do CBA, Maria Manuela Alves dos Santos.

“O que percebemos durante o processo de acreditação é que o centro cirúrgico é uma área de muito risco.

Por isso, ter uma certificação específica torna esse processo mais seguro para o paciente”.

Para receber a certificação, a instituição de saúde deverá solicitar ao CBA uma avaliação de suas práticas.

A fim de averiguar se as mesmas estão condizentes com a cirurgia segura.

É o próprio CBA que vai aferir se os padrões e critérios analisados atendem às exigências determinadas.

Nos casos em que os padrões não são cumpridos na primeira avaliação, o hospital tem um prazo para entrar em conformidade com os critérios exigidos.

Para solicitar a participação, é preciso estar inserido em uma instituição de saúde que tenha boas condições de funcionamento.

E totalmente legalizada para trabalhar de acordo com as regras, leis e regulamentos exigidos pelas autoridades federais, estaduais e locais.

Dados mundiais

A OMS estima que nos países industrializados a taxa de complicações das internações cirúrgicas chegue a até 22% e a de mortalidade seja em torno de 0,4 a 0,8%.

A organização aponta ainda que quase metade desses eventos adversos poderiam ser evitados.

De acordo com o órgão, nos países em desenvolvimento, a taxa de mortalidade associada a uma grande cirurgia gira entre 5 a 10%.

E pelo menos metade dos eventos ocorre durante procedimentos cirúrgicos, chegando-se a quase sete milhões de pacientes vitimados por complicações significativas a cada ano.

Desses, cerca de milhão morre durante ou imediatamente após a cirurgia.

Fonte: Assessoria de Comunicação Hospital Escola de Itajubá – 30.05.2018.

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