Libbs e Hospital Albert Einstein firmam parceria em pesquisa clínica
Por Roberta Massa | 22.08.2018 | Sem comentáriosA Libbs, uma das maiores indústrias farmacêuticas brasileiras, firmou um contrato com o Hospital Albert Einstein para a elaboração de pesquisas clínicas.
Numa iniciativa que reforça o investimento nacional nessa área e pode representar importante avanço para a atividade no país.
Tradicionalmente, estudos conduzidos para registro de medicamentos são desenhados por organizações internacionais.
Com a parceira, que envolve a recém-inaugurada unidade de serviços de pesquisas clínicas do Einstein, a Academic Research Organization (ARO).
Esses protocolos serão desenvolvidos localmente e com maior velocidade.
“Para a pesquisa clínica avançar no país, é preciso ter esse conhecimento”, diz a diretora de relações institucionais da Libbs, Márcia Bueno.
Anualmente, o laboratório investe 10% da receita líquida em pesquisa e desenvolvimento – em 2017, a receita foi de R$ 1,3 bilhão.
Somente nas pesquisas clínicas que estão começando agora, os investimentos totalizam R$ 30 milhões.
Conforme a executiva, o contrato com o Einstein engloba dois estudos com o Zedora, biossimilar usado no tratamento de câncer de mama, com duração de três a cinco anos.
Nesse caso, o objetivo é obter dados de vida real após o registro, prática que tem sido muito comum pela indústria farmacêutica nos Estados Unidos.
‘É uma avaliação, na prática, do tratamento”, explica.
Há planos ainda de conduzir em parceria estudos multicêntricos – que parte de um mesmo protocolo e envolvem diferentes instituições – nas áreas de cardiologia e oncologia.
Neste momento, a Libbs tem sete projetos em estágio inicial, dos quais cinco em fase de discussão do protocolo com o Einstein.
Segundo o vice-presidente de pesquisa e inovação do Einstein, Nelson Wolosker, a unidade ARO representa o projeto maior da sociedade em pesquisa.
“Ao olhar para o mercado americano, percebemos que poderíamos fazer o que as CROs [organização independente que participa da pesquisa clínica] fazem, mas com o desenvolvimento intelectual do estudo”, explica.
O Einstein foi a primeira organização brasileira a implantar um centro acadêmico de excelência voltado à coordenação de estudos clínicos multicêntrico.
Desde o desenvolvimento da pesquisa até a publicação do trabalho em veículos internacionais de referência.
Além da Libbs, a Aro do Einstein tem dois contratos com o governo federal – incluindo o desenvolvimento de uma polipílula para diabetes, hipertensão e colesterol.
E desenvolve um projeto com a AstraZeneca. No total, são oito contratos em andamento, em etapas diferentes.
Fonte: Valor Econômico – 22.08.2018.