Tecnologia

Médico coordena primeira cirurgia remota por meio de 5G

Por Roberta Massa | 07.03.2019 | Sem comentários

Conexão celular ligou equipe no hospital a cirurgião em evento de tecnologia

O médico Antonio de Lacy coordenou a primeira cirurgia remota já feita por meio de 5G em Barcelona.

Ao vivo e sobre um palco no Mobile World Congress, principal evento do mundo sobre telefonia e tecnologia móvel.

O chefe de cirurgias gastrointestinais do hospital Clínic de Barcelona orientou uma equipe na sala de cirurgias por meio de uma conexão de celular feita especialmente para o teste.

Ele coordenou uma equipe de três cirurgiãs, duas enfermeiras e dois anestesistas enquanto eles faziam um procedimento para remover um tumor e os tecidos adjacentes do intestino de um paciente, voluntário para o experimento.

Numa tela sensível a toque, De Lacy podia ver exatamente o que os médicos faziam dentro do paciente – e rabiscava sobre a imagem para fazer indicações.

Tudo era compartilhado para uma TV vista pela equipe na sala de cirurgias. 

“A imagem é perfeita”, disse o mentor. Uma das cirurgiãs concordou.

As falas vindas do hospital também podiam ser ouvidas pelo público. 

As intervenções do mentor foram poucas durante o processo, que não foi totalmente transmitido para o público.

De Lacy intercalou a troca de breves orientações à equipe no hospital com perguntas a convidados da área médica e de tecnologia no palco. 

Até o fim do experimento no evento, a operação não havia acabado. 

Cirurgias remotas em si não são novidade.

Existem há alguns anos e possibilitam que médicos operem pacientes a distância com auxílio de robôs ou que coordenem uma equipe para fazê-lo. 

“Para fazer uma cirurgia a distância, precisamos de uma conexão em tempo real, sem atrasos, sem latência, o que não conseguimos com 3G ou 4G”, afirmou De Lacy.

O 5G se refere a uma nova geração das redes de telefonia celular, mais rápida e estável do que as redes atuais. 

Ele suporta a conexão de um maior número de aparelhos simultâneos, o que permite uma expansão do número de dispositivos conectados –consequência da chamada “Internet das Coisas”, que liga à internet objetos tradicionalmente offline, como carros e geladeiras.

A tecnologia começou a ser implementada comercialmente no ano passado por EUA e Coreia do Sul e deve chegar a mais países neste ano.

Previsão da GSMA, entidade que congrega as teles, aponta que o 5G só deve começar a ganhar relevância no Brasil a partir de 2023.

Fonte: Folha de São Paulo – 07.03.2018.

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