Digitalização do SUS amplia acesso à saúde bucal
Por Redação GeHosp | 22.04.2025 | Sem comentáriosProfessora da Universidade Tiradentes representa única instituição privada em comissão do Ministério da Saúde voltada à construção da Política Nacional de Saúde Bucal
O Brasil enfrenta uma realidade alarmante: cerca de 16 milhões de pessoas vivem totalmente sem dentes, de acordo com dados de 2018 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse dado revela a disparidade no acesso à saúde bucal e ressalta a necessidade de políticas públicas eficazes e articuladas.
Nesse contexto, a digitalização dos serviços odontológicos no Sistema Único de Saúde (SUS) surge como uma alternativa viável para ampliar o acesso e melhorar a qualidade da atenção odontológica, especialmente em áreas mais isoladas do país.
Essa temática foi um dos focos da reunião realizada em Brasília, nos dias 24 e 25 de março, na sede do Ministério da Saúde.
O encontro contou com a presença de referências nacionais na área odontológica, entre elas a professora Guadalupe Ferreira, coordenadora do curso de Odontologia da Universidade Tiradentes (Unit).
Ela integra a Comissão de Assessoramento da Coordenação Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, grupo composto por membros de universidades de destaque.
A Unit é a única instituição privada de ensino superior representada na comissão.
Segundo a professora Guadalupe, o principal objetivo do encontro foi fazer um balanço das ações já em andamento e traçar estratégias para fortalecer ainda mais a Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB).
“Enquanto membro da comissão, sinto a responsabilidade de representar tanto os profissionais da odontologia quanto a população na construção de políticas públicas na área.
Essa reunião, em especial, teve como foco avaliar o que já foi realizado e planejar novas ações de relevância nacional”, ressaltou.
Inovação e tecnologia em destaque
A integração da saúde bucal ao SUS Digital representa um avanço significativo em direção a um atendimento mais equitativo. Com o uso de recursos como prontuário eletrônico, telessaúde, telediagnóstico e monitoramento remoto, os serviços se tornam mais rápidos, qualificados e eficientes.
Além disso, essas ferramentas permitem o diagnóstico precoce de doenças como o câncer bucal, oferecendo suporte técnico mais efetivo aos profissionais da rede pública e otimizando os recursos disponíveis.
Entre os temas discutidos no evento, a professora Guadalupe chamou atenção para os debates relacionados aos investimentos destinados à saúde bucal e à forma como esses recursos serão distribuídos entre estados e municípios.
No entanto, foi a pauta da saúde digital que ganhou maior evidência. “A saúde bucal é uma rede que se estende desde a atenção básica até os cuidados hospitalares. As ações têm como finalidade atender de forma integral às necessidades da população, considerando a saúde como um conceito amplo que envolve bem-estar físico, mental e social”, destacou.
A proposta de incorporar a saúde bucal ao SUS Digital foi apresentada por Ana Estela Haddad, Secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde e também cirurgiã-dentista.
Para Guadalupe, essa iniciativa marca um momento importante para o sistema público. “Esse contexto exige uma abordagem transdisciplinar, em que diferentes áreas se complementam.
Por exemplo, ao investir em ações de promoção da saúde como acesso à água tratada e fluoretada, e ao oferecer serviços preventivos que evitem dores e perdas dentárias, conseguimos detectar precocemente casos de câncer de boca, evitando agravamentos, internações e até óbitos. Isso está ou não relacionado ao bem-estar coletivo?”, questionou a docente.
Compromisso e representatividade
A participação da Unit na comissão reforça seu papel relevante nas áreas de ensino, pesquisa e extensão voltadas à saúde coletiva. “Ser a única instituição privada com assento nessa comissão mostra o reconhecimento nacional da qualidade da Unit, refletido na ética, no ensino e na inovação oferecida aos alunos, profissionais e à população beneficiada pelos nossos serviços nos estados onde atuamos”, enfatizou Guadalupe.
Essa representatividade também proporciona à comunidade acadêmica um contato mais próximo com informações atualizadas sobre políticas públicas, indicadores de saúde e tendências do mercado profissional. “Isso favorece o envolvimento dos nossos estudantes com as demandas nacionais de sua área de atuação, incentivando a busca por conhecimento, inovação e construção de redes de colaboração que vão além da formação acadêmica”, completou a coordenadora.
A Universidade Tiradentes tem atuado de forma ativa na rede de atenção à saúde bucal, através de estágios supervisionados, projetos de extensão e atendimentos odontológicos à comunidade.
A instituição também já se prepara para as transformações propostas pelo SUS Digital, investindo em infraestrutura tecnológica de ponta para alunos e pacientes.
Entre os recursos já utilizados estão radiografias digitais, prontuários eletrônicos e atendimentos integrados com outras áreas da saúde.
“Nosso trabalho é baseado em evidências científicas, com foco em ampliar a oferta de serviços à população desde os atendimentos básicos até os mais especializados.
Isso qualifica os profissionais em formação e contribui com a sustentabilidade, por meio da redução de resíduos e da maior precisão nos diagnósticos”, detalhou Guadalupe.
Metas e perspectivas futuras
Com a promulgação da Lei 14.572/23, que estabelece as diretrizes da nova Política Nacional de Saúde Bucal, o desafio agora é colocá-las em prática em todas as esferas de governo, priorizando o acesso universal, a equidade e a integralidade no atendimento.
“É essencial investir também na capacitação contínua dos profissionais que atuam na saúde bucal, além de outras ações que devem ser executadas pelos municípios, com o apoio dos estados e da União, garantindo que todos estejam aptos a prestar um serviço de qualidade e com ética”, concluiu Guadalupe.
Sobre a Universidade Tiradentes
Com 63 anos de história, a Universidade Tiradentes (Unit) é a primeira instituição de ensino superior particular em Sergipe e se destaca pelo alto nível de empregabilidade de seus egressos, qualificação do corpo docente, e pelas suas modernas e amplas instalações.
A Unit tem quatro campi em Sergipe: em Aracaju e nas cidades de Itabaiana, Propriá e Estância. Há ainda 28 polos de EAD em cinco estados do Nordeste, sendo a Unit a instituição pioneira no estado a ofertar ensino a distância (há 20 anos).
Cerca de 80% do seu professorado é composto por doutores ou mestres, sendo que 70% dos docentes estão envolvidos em outras atividades de ensino, pesquisa ou extensão.
Seus Programas de Pós-graduação (PPG) Stricto sensu – que oferecem cursos de mestrado e doutorado — são avaliados nos níveis mais altos estabelecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo dois PPGs com nota 5, dois com nota 6 e um com nota 4 (a máxima é 07).
O corpo docente da Unit, reconhecido internacionalmente, abriu as portas da Unit para firmar parcerias com mais de 60 universidades estrangeiras, nas quais o aluno pode viver experiências acadêmicas em outros países e ainda explorar oportunidades de bolsas de estudo.
A Unit integra um robusto ecossistema educacional e de pesquisa que inclui o Tiradentes Innovation Center (TIC) e o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP), fundamentais para o avanço tecnológico e científico da região e do país.
Fonte: Assessoria de Imprensa Unit – 22/04/2025.