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Os planos de saúde com mais reclamações, segundo a ANS

Por Roberta Massa | 09.02.2016 | 1 comentário

A Unimed Paulistana é a operadora de plano de saúde de grande porte com maior índice de reclamações do país, segundo o ranking da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

A Unimed-Rio e a Unimed Norte/Nordeste ficaram no segundo e terceiro lugares, respectivamente.

Essas e outras unidades do Sistema Unimed ocupam, juntas, oito posições no ranking das 20 operadoras mais reclamadas.

Os dados são referentes ao Índice Geral de Reclamações (IGR) do mês de dezembro. O IGR é divulgado no site da ANS e mostra o número médio de reclamações para cada 10 mil clientes nos três meses anteriores.

Para calcular o índice, o número de reclamações dos últimos três meses é dividido pelo número de beneficiários do mesmo período e o resultado é multiplicado por 10 mil.

Assim, lideram o ranking as operadoras que têm a maior frequência de reclamações, evitando que as empresas com mais clientes fiquem sempre nas primeiras posições da lista apenas pelo maior número de beneficiários.

Confira nas tabelas a seguir a lista das operadoras de médio e grande porte que ocuparam os 20 primeiros lugares do ranking de reclamações.

Operadoras de grande portereclamaçõesANS

Unimed

Em setembro de 2015, a ANS decretou a venda compulsória da carteira de clientes da Unimed Paulistana. No entanto, inicialmente não foram definidas regras muito claras sobre como ocorreria a transferência dos beneficiários a outros planos.

Pouco tempo depois, no fim de setembro, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) foi assinado entre o Sistema Unimed, o Procon-SP, os Ministérios Públicos Estadual e Federal e a ANS. Ele obrigou as operadoras Central Nacional Unimed, Unimed Seguros e Unimed Federação do Estado de São Paulo (Unimed Fesp) a oferecerem planos de saúde aos beneficiários de planos individuais, familiares e coletivos empresariais (com menos de 30 pessoas) da Unimed Paulistana.

Além disso, o TAC determinou que essas unidades da Unimed deveriam conceder aos clientes da Paulistana descontos de 25% em relação ao preço que seria praticado em planos vendidos a novos clientes.

Em novembro, a ANS editou a resolução que tratava do TAC e definiu que a portabilidade poderia ocorrer não só aos planos da Unimed incluídos no TAC, mas a outros. Com a portabilidade extraordinária, os clientes da Unimed Paulistana podem contratar outro plano de saúde sem ter de cumprir carências.

No início deste mês, a ANS chegou a decretar o fechamento da Unimed Paulistana, mas a Justiça Federal suspendeu a decisão depois que a operadora entrou com uma ação alegando que a sua liquidação antes do julgamento do processo que tramita no Tribunal de Justiça de São Paulo prejudicaria o mercado de planos de saúde e os médicos cooperados.

Se a liquidação ocorresse, os beneficiários que ainda estão no plano teriam 30 dias para escolher um dos planos disponíveis no Sistema Unimed ou buscar planos de qualquer operadora de plano de saúde, sem necessidade de cumprir novos períodos de carência.

Em reportagem publicada anteriormente por EXAME.com, especialistas no setor de saúde suplementar afirmaram que o encerramento das atividades da Unimed Paulistana pode contaminar outras unidades do Sistema Unimed. Contudo, é difícil precisar qual seria a dimensão desse contágio e se ele de fato pode ocorrer.

A orientação aos clientes da rede, nesse caso, é observar os informes da ANS e as notícias sobre as empresas do Sistema Unimed para checar se o seu plano pode enfrentar algum tipo de problema (veja como).

Além de ficar atento às notícias sobre a empresa, o cliente que se sentir insatisfeito com sua operadora pode recorrer à ANS para registrar suas queixas.

No site da entidade, é possível encontrar informações sobre os canais de atendimento da ANS, assim como dicas sobre como escolher um plano de saúde e realizar a portabilidade sem a necessidade de cumprimento de carências.

Resposta

Por meio de nota, a Unimed do Brasil informa que as cooperativas do Sistema Unimed registram índice de reclamação abaixo da média do mercado e que, em 2015, 54% das 283 operadoras do Sistema que foram analisadas pelo Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) atingiram a faixa mais alta da avaliação, realizada pela própria ANS e composta por fatores relacionados à assistência prestada aos clientes, indicadores de satisfação, estrutura e operação e aspectos econômico-financeiros.

“As operadoras do Sistema Unimed listadas no índice de reclamações apresentaram dificuldades pontuais e já estão trabalhando para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos seus beneficiários, considerando as normas estabelecidas pela ANS”, diz o comunicado.

Sobre a Unimed Paulistana, a Unimed do Brasil reforçou que a liquidação extrajudicial da operadora, decretada pela ANS neste mês, foi suspensa por meio de ação cautelar movida pela Unimed Paulistana e disse ainda que cada operadora do Sistema Unimed possui gestão administrativa autônoma e independente.

Fonte: EXAME-09.02.2016

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