Gestão

A utilização dos silos departamentais no apoio a integração das informações e implementação da governança estratégica na saúde.

Por Redação GeHosp | 09.04.2024 | Sem comentários

A escassez de recursos, a concorrência e a necessidade de manter a qualidade nos serviços prestados, exige das instituições privadas um processo de tomada de decisão cada vez mais assertivo, e isso só é possível através da melhoria de processos, de planejamento estratégico, gestão, monitoramento e controle das ações.

Na gestão pública a realidade é totalmente diferente, mas isso não significa que não devemos possuir uma gestão eficiente de recursos.

Na saúde pública não temos concorrentes, em 2023 temos um orçamento previsto de 150 bilhões para executar, possuímos stakeholders ansiosos pela definição e o direcionamento das ações dos programas estratégicos e projetos.

Na ponta desse iceberg, e não tão menos importante, está o cidadão, que é o nosso cliente mais importante, aquele que utiliza o Sistema Único de Saúde-SUS.

A administração pública ao longo de suas gestões, vem buscando cada vez mais evoluir sua maturidade na gestão de recursos e gerenciamento de seus serviços.

O acompanhamento assíduo dos órgãos de controle, a transparência das informações através da Lei de Acesso à informação-LAI, propiciam a continuidade do desenvolvimento das ações estratégicas após o ápice da crise pandêmica.

Quando falamos em maturidade na gestão de recursos, programas e projetos é necessário estabelecer uma governança estratégica, e para isso é fundamental ter informações integradas para a implementação de ações orquestradas, que permitam o planejamento, a priorização, o monitoramento e controle de ações, e tudo isso precisa estar em consonância às estratégias pactuadas no  Plano Nacional de Saúde-PNS e no Plano Plurianual.        

Integração das informações do Nível Estratégico ao Operacional

Em instituições menores o processo de integração das informações é mais simples, pois geralmente nesses casos não envolvem muito atores, mas quando falamos por exemplo, de um órgão da magnitude do Ministério da Saúde, esse processo torna-se extremamente desafiador e ao mesmo tempo motivador, devido ao seu nível de complexidade, porém essa integração não é algo impossível de ser vislumbrado.  

Após um tempo significativo atuando nessa esfera, vejo como uma das estratégias de integração das informações é a utilização dos silos departamentais existentes, porém de forma estratégica, transformando-os em Silos de Gestão Estratégica no âmbito de cada departamento, assim como nas secretarias finalísticas.

Esses silos de gestão estratégica, por sua vez, responderam diretamente ao Silo de Governança e Gestão Estratégico do Ministério da Saúde, ligado diretamente ao Gabinete do Ministro.

Essas integrações de silos de informações estratégicas se conectam e se transformam em uma rede de governança e gestão estratégica.

A rede de governança e gestão estratégica permite o controle de ações pactuadas nos programas, projetos e ações estratégicas, além de contribuir no acompanhamento e distribuição dos recursos de modo que sejam executados da forma mais eficiente possível.

Os silos de gestão estratégica atuariam como ponto central, sendo o elo de ligação no processo de troca de informação, integração e articulação, propiciando a continuidade das ações pactuadas no nível estratégico, levando-as para o nível tático, que por sua vez serão disseminadas e executadas como atividades prioritárias no nível de operacionalização, evoluindo a maturidade na gestão e governança estratégica.

Além disso, os silos de gestão estratégica e a rede de governança estratégica permitirão maior celeridade e comunicação eficiente, facilitando o processo de tomada de decisão através de comunicação assertiva.

Estrutura Organizaconal MS-2023
Fonte: quem é quem Gov.br

A papel dos comitês e colegiados estratégicos

A forma mais prudente de acelerar esse processo é a implementação através de um projeto piloto definido por ondas de execução.

O critério para priorização das informações estratégicas a serem implementadas estariam relacionadas diretamente a gestão de riscos e as ações de maior impacto na gestão, seja na qualidade da assistência, na eficiência dos serviços ou na otimização de recursos.

Os comitês e colegiados estratégicos já existentes são extremamente importantes e poderão ser utilizados, necessitando de redefinições e conexão, seja aos silos estratégicos, ou até mesmo diretamente a rede de governança estratégica, essa conexão pode variar dependendo do local que o departamento está alocado regimentalmente.

A rodovia a ser pavimentada é grande, porém já possuímos muitas estradas asfaltadas, elas estão dentro de alguns departamentos e secretarias, o desafio agora é conecta-las junto a rodovia principal que neste caso é a Rede de Governança e Gestão Estratégica.

Arcabouço legal e cultura organizacional e demais desafios a serem superados

Algumas ações merecem atenção especial pelo seu nível de criticidade e risco por isso deverão ser gerenciadas desde o início do projeto para permitir a continuidade das ações de implementação.

A institucionalização de processos através da publicação de portarias, a realização de análise de impacto regulatório-AIR, e o alinhamento junto ao conselho jurídico desde o início do projeto, são grandes desafios a serem superados, a realização e acompanhamento de ações contínuas precisam serem implementadas em paralelo com as demais ações.

Outro fator importante e entendo ser fundamental, pois ele é a chave do sucesso para a implementação da Rede de Governança e Gestão Estratégica é o desenvolvimento de ações visando a mudança da cultura organizacional.

Os colaboradores, servidores, prestadores de serviços precisam compreender que o Ministério da Saúde é uma grande máquina central de realização de ações em prol da saúde pública e todos os departamentos/secretarias são engrenagens fundamentais e precisam estar trabalhando com sua capacidade total, com a revisão em dia, conectados e interligadas em prol do mesmo objetivo, que é fazer essa grande máquina central de ações funcionar com eficiência, qualidade e gestão.

O destino/objetivo final é único, porém existem várias opções de rota para seguir, algumas mais longas, outras mais curtas, nos resta saber qual rota será seguida.

Até a próxima!

Autor: Roberta Massa – 09.04.2024

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