Proteste realiza campanha pela saúde
Por Roberta Massa | 05.09.2016 | Sem comentáriosNão há como defender corte de recursos para um sistema de saúde que atende 75% da população.
Diante dos riscos de retrocesso com propostas para limitar gastos no sistema público e de redução de coberturas nos planos de saúde, a Proteste Associação de Consumidores está com a campanha “Proteste pela Saúde”.
O objetivo é cobrar mais qualidade do atendimento e um modelo de saúde eficiente nos sistemas público e privado. A petição online está disponível neste link.
O anúncio da campanha foi feito no final do Seminário promovido pela entidade no último dia 30, em que especialistas debateram os impactos da crise econômica para o consumidor e o setor de saúde.
Com a previsão de que até o final do ano 2 milhões de brasileiros poderão perder os planos de saúde, e de que o governo adotará medidas para limitar gastos obrigatórios no setor público, é urgente a sociedade se mobilizar.
Não há como defender corte de recursos para um sistema que atende 75% da população, como o SUS.
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A crise econômica, que já ceifou quase 12 milhões de empregos, diminuiu pela primeira vez o número de clientes de planos de saúde e empurra o SUS contra a parede, pois o dinheiro ficou muito mais escasso e ainda sofre o impacto do aumento da demanda.
A campanha da Proteste chama a atenção dos consumidores para o desafio de lutar pelos direitos de melhor prestação do serviço público.
E assim, cobrar maior eficiência da saúde pública, melhor gestão e mais transparência no sistema.
Na saúde privada a campanha é contra a redução de coberturas e luta pelo direito da manutenção do plano de saúde após demissão ou aposentadoria.
Pesquisa qualitativa feita pela Proteste mostra que os aposentados têm driblado a falta de plano com atitudes de prevenção, mantendo alimentação balanceada, exercícios físicos e recorrido a check-up esporadicamente.
Os medicamentos têm sido obtidos de forma gratuita em programas nas farmácias populares, ou com preço menor recorrendo aos genéricos. Para atendimento médico, os idosos têm recorrido às Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e clínicas da família, hospitais públicos e esporadicamente, consultas em médicos particulares.
Isso também pode ser constatado em pesquisa quantitativa com 331 pessoas sem convênio, em que 86% dos entrevistados informaram recorrer ao SUS quando necessitam de atendimento médico apesar de considerar o sistema deficitário e mostrar insatisfação com a demora e superlotação. Ou seja, devem ser mantidos a universalidade e gratuidade do SUS para não deixar essa população sem atendimento.
Fonte: Estadão-05.09.20416