Saúde

Estudo da OMS mostra que mortes por tabagismo podem chegar a 8 milhões por ano em 2030

Por Roberta Massa | 12.01.2017 | Sem comentários

As mortes relacionadas ao tabagismo devem aumentar de 6 milhões para 8 milhões por ano em 2030.

A constatação faz parte de um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos publicado nesta terça-feira, 10.

Mais de 80% das mortes devem ocorrer em países de baixa e média renda, onde vivem a maioria dos fumantes.

O estudo defende que políticas antitabagismo, como taxação e aumento do preço do cigarro, podem gerar “economia significante” para os governos em saúde e produtividade.

Segundo os especialistas, o tabaco é a maior causa evitável de morte no mundo, sendo responsável pelos casos de câncer e doenças do coração.

Segundo o estudo, o tabagismo custa à economia global mais de US$ 1 trilhao por ano, em gastos com saúde e perda de produtividade.

O custo estimado supera amplamente as receitas globais com os impostos sobre o fumo que, segundo a OMS, foram de cerca de U$ 269 bilhões em 2013 e 2014.

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Mortes por tabagismo um perigo para o mundo

Atualmente, 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em função do cigarro. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas com mais de 15 anos são fumantes e 226 milhões vivem em situação de pobreza.

“A indústria do tabaco produz e vende produtos que matam milhões de pessoas prematuramente, retira recursos das famílias que poderiam ser usados para comida e educação e impõe um imenso custo de saúde às famílias, comunidades e países”, disse Oleg Chestnov, diretor da OMS.

O relatório divulgado nesta terça-feira cita um estudo de 2016 que, se os países criassem taxas para aumentar em US$ 0,80 o preço do maço do cigarro, a receita com a venda poderia aumentar em 47%, cerca de US$ 140 bilhões.

Esse aumento poderia levar a uma diminuição de 9% dos fumantes no mundo – cerca de 66 milhões de pessoas.

Tabagismo: o desafio de acabar com o vício

O técnico de publicação Glaucio de Souza, de 58 anos, parou de fumar há seis meses depois de mais de 42 anos.

Ele contou que estava cansado de se sentir excluído toda vez que precisava se afastar de amigos e familiares para fumar.

“A sociedade não aceita mais o fumante, eu sentia que incomodava as pessoas só de me aproximar delas e estar cheirando a cigarro”, disse.

Souza começou a fumar aos 15 anos e disse que, por saber que não conseguiria parar sozinho, entrou para um grupo antitabagismo de seu plano de saúde, a Amil.

A operadora, preocupada com os custos de tratamentos de doenças graves causadas pelo cigarro, iniciou o programa há cinco anos.

Duas mil pessoas já foram atendidas.

“Com o grupo pude perceber que o cigarro era um hábito e que, se mudasse minha rotina, não sentiria tanta falta.

Comecei a me distrair com balas e copos de água nos momentos em que antes fumava”, contou Souza, que antes fumava cerca de 25 cigarros por dia.

Depois de abandonar o cigarro, Souza começou a fazer exercícios físicos e pretende fazer exames médicos para checar a saúde.

“Foi uma mudança difícil. Estabeleci algumas metas para facilitar o processo e, agora, estou muito feliz”, disse.

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