Saúde

Exportar médicos está se tornando a maior fonte de renda de Cuba

Por Roberta Massa | 19.04.2017 | Sem comentários

Médicos cubanos trabalhavam em 62 países no fim de 2016, em 35 dos quais o governo cobrou por seus serviços.

A venda de serviços profissionais, fundamentalmente do setor da saúde, já ultrapassou o faturamento do turismo e se tornou a principal fonte de divisas para a ilha, segundo estatísticas oficiais publicadas nesta segunda-feira (17).

O envio de médicos pelo mundo é uma tradição em Cuba.

O sistema serve de ferramenta diplomática para a ilha comunista, mas também de fonte de renda cada vez mais indispensável para o país.

Segundo o ex-ministro da Economia cubano José Luis Rodríguez, citado por um artigo publicado pelo site oficial Cubadebate, os médicos do país que atuam no exterior forneceram “um valor estimado de US$ 11,543 bilhões, na média anual, entre 2011 e 2015”.

A venda de serviços médicos supera as receitas da florescente indústria turística, que se situaram em US$ 2,8 bilhões em 2016.

O Anuário Estatístico de Saúde 2016 revela que os profissionais cubanos estão em 24 países da América Latina e do Caribe; 27 da África subsaariana; dois do Oriente Médio e da Norte da África; sete da Ásia Oriental e do Pacífico, além de Rússia e Portugal.

A edição digital do Anuário, publicada pelo site especializado Infomed, não informa o número exato de profissionais que intervêm nessas missões internacionais.

Mas, segundo o Ministério da Saúde, em meados de 2015 eles eram mais de 50 mil, a metade deles médicos.

Ainda de acordo com a publicação, Cuba encerrou 2016 com 90.161 médicos, incluindo os que trabalham no exterior.

Brasil e Venezuela são os mercados mais importantes para médicos cubanos.

Além de Venezuela e Brasil, os mercados mais importantes, os médicos cubanos estão em países como Catar, Kuwait, China, Argélia, Arábia Saudita e África do Sul.

A ilha também oferece serviços gratuitos no âmbito do Programa Integral de Saúde, sistema destinado a 27 países com menos recursos, como Haiti, Bolívia, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Honduras, Etiópia, Congo, Tanzânia, Zimbábue, entre outros.

O Estado cubano financia integralmente o sistema de saúde, uma de suas conquistas mais divulgadas, junto com a educação universal gratuita.

Um total de 493.368 pessoas trabalham no setor, entre médicos, enfermeiros, dentistas e técnicos.

A ilha comunista também mantém a formação de médicos para outros países, na Escola Latino-americana de Medicina (ELAM), onde 2.326 estudantes cursam atualmente os seis anos de medicina.

Fonte: Folha de São Paulo-19.04.2017.

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