Saúde

Hospital de Base de Rio Preto começa a realizar trombectomia mecânica

Por Roberta Massa | 04.08.2017 | Sem comentários

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é segunda causa de morte no Brasil e no mundo e a principal causa de incapacidade funcional.

Em 80% dos casos, o AVC é do tipo isquêmico, ou seja, é causado pela obstrução de uma artéria que leva sangue ao cérebro.

Quando isso acontece, os neurônios começam a sofrer com falta de oxigênio e morrem em uma taxa de quase dois milhões de neurônios por minuto.

Mais recentemente, um novo procedimento, chamado de trombectomia mecânica, comprovou ser bastante eficaz na restauração do fluxo das artérias cerebrais e na redução de sequelas do AVC e vem sendo adotado pelos principais centros médicos do mundo.

Agora, o Hospital de Base de São José do Rio Preto (SP) passa a realizar a trombectomia e, já em seu primeiro procedimento, comemora a recuperação do paciente, o comerciante João Ronaldo Bonfá de Carvalho.

Aos 29 anos, ele chegou ao HB sem falar e com o lado direito do corpo paralisado e, após fazer a trombectomia, deixou o hospital recuperado.

Por enquanto, a trombectomia não é  realizada pelo SUS, fazendo parte apenas dos tratamentos oferecidos pelos planos de saúde, conforme determina a ANS.

O Hospital de Base e outros centros médicos do Brasil querem, no entanto, mudar este quadro.

Para isso, iniciaram recentemente estudo com 690 pacientes em todo o país para atestar a viabilidade de se realizar a trombectomia mecânica no tratamento do AVC em pacientes da rede pública.

“Este trabalho conjunto de vários hospitais brasileiros  irá confirmar o que estudos já feitos nos Estados Unidos, Canadá e Europa com milhares de pessoas já demonstraram: a eficácia do procedimento.

Desta forma, ele poderá ser adotado em nossa saúde pública”, afirma Dra. Raquel Hidalgo, neuroradiologista intervencionista do HB.

Até então, no Brasil, para quem sofre AVC, o tratamento convencional é injetar remédios trombolíticos para dissolver o coágulo que entope a artéria do cérebro. “Este tratamento, no entanto, só tem eficácia se administrado  até quatro horas e meia após o início dos sintomas.

Além disso, ele não consegue sozinho desobstruir artérias de grande calibre do cérebro.

Já, na trombectomia, o médico pode retirar o coágulo até oito horas depois do AVC com sucesso.

Por isso, é muito importante que a suspeita e diagnóstico sejam realizados de forma rápida e esses pacientes sejam encaminhados a um centro de referência para serem atendidos dentro do prazo que permita maior chance de reestabelecimento”, diz Dra. Raquel.

Foi justamente esta agilidade que teve a neurologista Mariana Battaglini, chefe do Ambulatório de AVC do Hospital de Base, ao receber o comerciante João Ronaldo Bonfá.

O perfil do paciente e seu quadro de saúde levaram-na a imediatamente entrar em contato com Dra. Raquel para realizarem a trombectomia. Dra. Mariana, no entanto, ressalta:

“Para ser indicada, a trombectomia depende de alguns fatores, como a localização, tamanho do coágulo e o perfil do paciente”.

Trombectomia mecânica

Basicamente, o procedimento consiste em colocar um cateter no interior das artérias da perna e avançar até alcançar a área ocluída do cérebro.

O coágulo é aspirado, desobstruindo a passagem para o sangue circular.

Caso não seja possível aspirar o coágulo, ele é retirado por um stent, uma prótese expansível em formato de tubo, que ajuda a aprisionar e extrair o coágulo.

Hospital de Base possui Unidade de Atendimento ao AVC

O Hospital de Base possui, desde o ano passado, a Unidade de Atendimento ao Acidente Vascular Cerebral (AVC), especializada nos cuidados a este tipo de doença, já que a agilidade no atendimento é fundamental para a melhor ou total recuperação do paciente.

O grande diferencial da Unidade é realizar a terapia trombolítica (ou trombólise), método que pode reverter o quadro clínico do AVC.

A Unidade possui 10 novos leitos na Emergência do SUS do HB, ocupando área de 350 m², com equipe multiprofissional especializada e especialmente dedicada a pacientes com AVC.

São dois médicos (supervisor e residente – este à disposição 24 horas), cinco enfermeiros (um supervisor e quatro clínicos) e 10 técnicos, estes trabalhando também em escala de 24 horas), fisioterapeutas (24h), nutricionistas e fonoaudiólogos.

Fonte: Hospitais Brasil – 04.08.2017.

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