Adolescente ganha festa de 15 anos no IBCC Oncologia

O dia começou cedo, com café da manhã especial, salão de beleza, produção com maquiagem e vestido, ensaio fotográfico, seguidos de baile até o anoitecer. Toda a surpresa foi preparada em menos de 20 dias com a ajuda de uma força-tarefa composta por 10 voluntários, incluindo parceiros e profissionais do IBCC Oncologia.

A jovem Bárbara Necrolia Macedo teve a festa de debutante com direito a valsa e vestido de princesa. A menina contou em um dos encontros com o pessoal da enfermagem que que sonhava com uma comemoração dos 15 anos, mas não esperava que fosse acontecer de forma tão emocionante como foi. “Muitos amigos queridos da escola, da minha igreja estiveram aqui além dos meus familiares e pessoas que conheci durante o tratamento. Realmente foi surpreendente”, disse.

Emocionada, a mãe da jovem disse não saber como agradecer todos os envolvidos. “Se não fosse Deus e eles, não poderíamos proporcionar isso a ela. São pessoas que conhecemos há pouco tempo, mas que já têm carinho por ela”, diz Luzinete Macedo.

A ideia de fazer o evento foi de Vinicius dos Santos, integrante da equipe assistencial a partir de uma visita ao Projeto Criando Laços. Ele descreveu a iniciativa para as pessoas do Grupo de Trabalho Humanizado do IBCC Oncologia, do Serviço de Nutrição e do Departamento de Hotelaria do IBCC Oncologia e assim iniciou-se a estruturação da festa.

Antes mesmo de conhecer a jovem pessoalmente, Renata Conceição, coordenadora do Departamento de Hotelaria, conta que abraçou o sonho da estudante e buscou apoio de outros profissionais do hospital. “A gente trabalha para garantir que a experiência do paciente enquanto está aqui no IBCC Oncologia aconteça como se não estivesse internado. E o sonho da Bárbara era ter uma festa de 15 anos. Comecei a contar a história para várias pessoas e na hora começou a aparecer gente de vários lugares querendo ajudar”, diz.

“É um momento especial que proporciona alegria. Eventos como esse representa a união, em que toda a sociedade colabora”, destacou a maquiadora Giovana Vasconcelos, uma das profissionais que participou da parceria.

Para a equipe responsável pela organização do evento, o maior desafio foi conseguir driblar alguns sintomas e o estado de saúde geral da adolescente que completou quinze anos no dia 17 de outubro. Além da estrutura para a festa algumas surpresas deixaram a tarde ainda mais emocionante. Uma amiga de infância da Bárbara e que também foi uma das debutantes cantou uma música evangélica para a aniversariante e um saxofonista participou tocando o Parabéns pra você.

Para a debutante, o momento mais importante foi a entrada com os pais e a valsa. “Quando vi o meu pai e minha mãe em pé ao meu lado não aguentei e chorei bastante”, conta.

Por conta de uma leucemia linfoide aguda (LLA), Bárbara passou por transplante alogênico em 3 de outubro, se recupera bem, entretanto a equipe da unidade de Transplante de Medula Óssea do IBCC aguarda a chamada pega medular – momento em que a medula já consegue produzir as células do sangue em quantidades suficientes. O doador da medula foi o irmão mais velho da adolescente, Alexandre Macedo. 

“Ela é muito nova. Três anos foram ceifados da vida dela com muitas privações. Mas essa festa de 15 anos se apresentou com muito significado, principalmente para o amadurecimento dela, trazendo esperança e vitória”, declara Alexandre. Depois de ganhar peso, sentir-se melhor para retomar a rotina, duas das metas de 2020 da jovem é viajar e voltar a pintar telas. A comemoração aconteceu no anfiteatro do IBCC Oncologia, na tarde de ontem (21) e teve a presença de pelo menos 80 pessoas.

O Diagnóstico – Há três anos passou por sessões de quimioterapia. Se refez. Teve alta, recebeu diagnóstico de cura e deu continuidade as coisas da vida, com escola etc. Entretanto, em meados de 2018 começou a ter febre alta, manchas roxas pelo corpo e muita câimbra nas pernas. Foi levada para o hospital e o diagnóstico: a doença havia voltado e atingirá 60% do corpo da Bárbara. Nova batalha foi iniciada com novos protocolos com quimioterapia etc. Mas algumas complicações desde bactérias no sangue, como feridas pelo corpo, além de não conseguir andar e ter o rim e o fígado bem comprometidos por conta do tratamento. Teve alta e meio que foi desenganada pelos médicos por não ter mais o que fazer. Depois de um mês em casa, retornou ao hospital andando, com o quadro anterior totalmente revertido e foi dado início a um novo protocolo que incluiu o transplante de medula óssea.

Fonte: Assessoria – 30.10.2019

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