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Jornada Digital: Transição de modelo depende da coesão entre os players

Por Redação GeHosp | 27.11.2023 | Sem comentários

É necessário envolver mais o paciente nas tomadas de decisão e tornar as jornadas mais fluídas

O terceiro encontro da Jornada Digital de novembro, que está abordando o tema “VBHC como pilar de transformação na saúde”, aconteceu na última quinta-feira (23) e abordou o tema “Transição do modelo de saúde: pacientes, indústria e contratantes como impulsionadores dos modelos de cuidado baseado em valor”.

Ana Maria Malik, professora titular da FGV-EAESP, abriu a discussão admitindo que “gostaríamos de estar mais próximos dessa transição” do que o sistema brasileiro, de fato, está.

Os especialistas concordaram que ainda existem vários desafios a serem enfrentados, principalmente a falta de coesão entre os players do cada vez mais complexo ecossistema de saúde.

“A primeira tarefa é decidir se desejamos ir todos juntos para o mesmo lugar, depois vamos escolher o melhor caminho”, resumiu Victor Piana, CEO do A.C.Camargo Cancer Center.

Kelly Cristina Rodrigues, CEO e fundadora da Patient Centricity Consulting, destacou que, antes, é necessário introduzir outro interessado no processo.

“Não dá pra transformar sem envolver o paciente, olhar o cuidado sob a sua perspectiva e experiência.

E isso não significa somente satisfação e NPS, temos que focar no desfecho clínico”, afirmou.

Para ela, além da mudança do mindset dos profissionais, isso é condição para evoluir a uma assistência centrada no paciente.

Renato Porto, presidente da Interfarma, ressaltou que é fundamental pensar (como todos já estão pensando) na sustentabilidade do sistema para planejar a transição, mas sem colocar a questão econômica à frente dos objetivos de saúde.

“Na área de medicamentos, estamos indo às fronteiras do conhecimento e descobrindo melhores abordagens para diversas doenças.

Temos que criar soluções para incorporar essas inovações e não perder a oportunidade de oferecer sempre a melhor terapia disponível”, defendeu.

Nesse sentido, Piana acrescentou que, em geral, não há informações suficientes para garantir que as incorporação vão agregar valor à assistência.

“No A.C. Camargo temos vários exemplos de investimentos altos que, no final das contas, trouxeram economia, pois diminuíram dias de internação em UTI e transfusões de sangue, por exemplo.

Mas foi preciso tempo para chegar à conclusão, pois os efeitos colaterais não são imediatos”, explicou.

Rodrigues completou que também é preciso avaliar os ganhos com qualidade de vida para os pacientes e a redução aa hospitalização.

E Malik declarou que “o sistema não é contra a inovação, mas a inovação deve ser acessível e fazer sentido”.

Por fim, o CEO do A.C. Camargo chamou a atenção para a construção de uma jornada mas fluída, considerando a interdisciplinaridade. “Estamos organizados por especialidades e não por linha de cuidado.

Essa fragmentação, em que cada um é responsável somente por um pedacinho, cria redundâncias, desperdícios, falta de eficiência e, principalmente, prejudica o desfecho”, alertou.

Anahp Ao Vivo – Jornadas Digitais

O debate “Transição do modelo de saúde: pacientes, indústria e contratantes como impulsionadores dos modelos de cuidado baseado em valor” teve a participação de Kelly Cristina Rodrigues, CEO e fundadora da Patient Centricity Consulting; Renato Porto, presidente da Interfarma; e Victor Piana, CEO do A.C.Camargo Cancer Center

A moderação foi feita por Ana Maria Malik, professora titular da FGV-EAESP.

Programe-se para o último debate da Jornada Digital de novembro:

30.11, às 10h | VBHC na prática: cases de implementação

Fonte: ANAHP-27.11.2023

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