Gestão

Investir em cultura de integridade torna o compliance mais efetivo

Por Redação GeHosp | 02.12.2021 | Sem comentários

O fator humano é fundamental para o desenvolvimento do compliance e contribui para a construção de uma cultura organizacional saudável, promovendo longevidade para as empresas

Atualmente, as empresas têm sido desafiadas diariamente a se transformarem, seja estrutural ou culturalmente.

Além de um cenário de evolução digital, no setor de saúde, a pandemia da Covid-19 impôs situações inéditas e imperativas e a inovação foi o caminho trilhado pelas organizações rumo à superação em um cenário desfavorável.

É em momentos como este que a estruturação e o estabelecimento de um compliance efetivo faz a diferença, ajudando a garantir a conformidade com a lei vigente e o cumprimento de valores institucionais.

Sobre esse assunto, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp), em parceria com a Hospitalar, promoveu a palestra “Visão de Futuro: Ética e criação da cultura de Integridade”, que contou com Rodrigo Fontoura, diretor-presidente da Abraecom, e foi moderada por Gustavo Pereira, Coordenador do GT de Compliance da Anahp.

A abertura do evento foi realizada por Cintia Ricco, head de Ética e Compliance da Associação, que reforçou o conceito de que uma forte cultura de ética e efetivo programa de integridade buscam a criação de pontes e não muros. “Tomadas de decisão devem ser pautadas nos princípios éticos, já que nem todas as vezes as situações são preto no branco.

Por isso, desde 2015 a Anahp possui um grupo dedicado na discussão do tema ética e compliance”, finalizou.

Ao iniciar sua fala, Fontoura discorreu sobre os conceitos fundamentais de ética e compliance, assim como a relação e benefícios de ambos para qualquer tipo de organização.

O executivo explicou que a ética é a reflexão que nós temos em relação a nossa própria conduta e de outras pessoas, pois vivemos em sociedade. “Nós temos critérios de eticidade pelos quais nos pautamos para avaliar nossas ações, sendo eles classificados como social, pessoal, de necessidade e de oportunidade”, diz.

Sobre a estruturação de uma área de compliance nas empresas, o palestrante explica que é importante que, dentro das organizações, a área tenha a responsabilidade de levar a empresa a estar em conformidade com a lei, valores, princípios e políticas do negócio. É através da “régua” do compliance que a atuação das empresas deve ser medida.

“A divisão mais destacada é a de integridade, que é voltada para a conformidade às normas relacionadas ao comportamento ético e ao combate à corrupção, incluindo o cumprimento das diversas legislações com este fim”, afirma.

A tendência atual é que as empresas busquem investir em ações para se adaptar ao compliance, já que a falta dele pode facilitar o descumprimento de disposições legais, regulamentares e do código de conduta.

Por consequência, a não-conformidade leva a sanções penais e regulatórias, podendo representar prejuízos financeiros ou indenizatórios, além de danos à imagem pública e reputação das instituições no mercado.

 “Organizações com a primeira geração de compliance possuem um mecanismo extremamente legalista, com modo da atuação focado no CNPJ e preocupado em produzir documentos e ferramentas de controles internos.

Já nas empresas que migraram para uma segunda geração, encontramos um mecanismo em que existe protagonismo das pessoas, além de ser focado na criação da cultura de integridade que molda a cultura corporativa”, explica Fontoura.

Para o diretor-executivo, cenários como o da Covid-19 podem ser propícios para abrir espaço para ações de corrupção, como foi visto em alguns casos relacionadas às vacinas, por exemplo.

Assim, ele identifica a importância da criação da cultura de integridade juntamente com o compliance, visando tornar não apenas a própria empresa, mas a sociedade mais íntegra, justa e ética.

“A Anahp auxilia os hospitais a construir programas de compliance efetivos, buscando o aperfeiçoamento no combate à corrupção e o foco na construção e no fomento de uma cultura de integridade inclusiva”.

Já na segunda parte do evento, a proposta de uma mesa redonda trouxe a visão de CEOs de grandes hospitais sobre ética e integridade e qual o peso do tema nas organizações.

Participaram da conversa José Marcelo, diretor-presidente do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Mohamed Parrini, CEO do Hospital Moinhos de Vento, Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei Saúde, e Fernando Torelly, CEO do Hcor.

José Marcelo defende que para a instituição e o indivíduo se desenvolverem é necessário desenvolver consciência sobre a importância do tema, assim como utilizar da característica humana dessa segunda geração de compliance.

“O primeiro elemento de transformação da cultura é o exemplo de lideranças para os colaboradores”, explica. Além disso, é importante investir em processos que apoiam e desenvolvem a cultura, como código de ética, canal de manifestações e fórum periódico de discussão.

Parrini também defendeu que pequenas ações podem ditar o futuro de grandes organizações. “A vida seria mais feliz se a sociedade não colocasse regras para nós, mas o processo civilizatório nos constrange por um bem maior, um bem coletivo, para vivermos em condomínio”, complementa.

Sobre o mesmo assunto, Salvador defende que “a transparência e a prestação de contas são pilares importantes dentro de qualquer estrutura de compliance que visa ser relevante para a organização”.

Para Torelly, não adianta instalar gestão de alta performance se não tiver cultura desenvolvida. “Nós temos que refletir sobre as mudanças que a sociedade está passando e como elas nos afetam.

Assim, a melhor ferramenta de gestão é a transparência. Uma forma de transpassar essas informações é utilizando métodos lúdicos para tratar de compliance”, sugere.

Por fim, os CEOs concordaram que no setor da saúde existe uma obrigação em se trabalhar com ética, transparência e eficiência, uma vez que, em momentos como a pandemia, apenas a luta contra a desigualdade e pelo acesso igualitário aos direitos se tornam capazes de minimizar danos.

Para assistir ao debate é necessário realizar o cadastro na plataforma da Hospitalar e ir à área “On Demand”: https://hospitalarhub.app.swapcard.com/.

Fonte: ANAHP-02.12.2021.

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