Gestão

Prontuário eletrônico pode gerar economia de R$ 22 bi para o SUS

Por Roberta Massa | 20.02.2018 | Sem comentários

Para entender o Sistema Único de Saúde (SUS) e gerir de forma eficiente os recursos, é preciso obter dados sobre o tratamento destinado aos brasileiros.

O diagnóstico é ministro da Saúde, Ricardo Barros.

Segundo ele, a informatização da atenção básica é o primeiro passo para a implementação de um sistema nacional de prontuário eletrônico, que será a base para o planejamento, controle e alocação de recursos públicos.

“O grande sonho é alcançar um estágio no qual seremos capazes de prevenir doenças e promover a saúde. Mas isso só se faz com informação”, diz.

Entre as medidas, está prevista a instalação do prontuário eletrônico do cidadão (PEC) em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Desde 2013, o governo federal oferece o sistema gratuitamente aos municípios brasileiros.

Ao instalar o software, os profissionais que atuam no SUS passam a registrar as informações clínicas – de doenças a exames e tratamentos – criando um histórico de cada cidadão atendido na rede pública.

A meta é terminar 2018 com todas as UBSs informatizadas.

Lean Six Sigma

Segundo levantamento do Ministério da Saúde, a atenção básica é capaz de solucionar até 80% das demandas de saúde.

Desafogando serviços de urgência e emergências em hospitais e no pronto atendimento.

Barros destaca que a digitalização das informações clínicas será apenas um dos recursos.

“Pretendemos automatizar rotinas como o controle das jornadas de trabalho dos médicos, garantindo a disponibilidade de profissionais nas unidades”, explica.

Segundo ele, a inserção da biometria – tecnologia de identificação de usuários por meio de características físicas como impressão digital, leitura de íris ou reconhecimento facial.

Vai aprimorar a gestão dos recursos humanos.

“A biometria também será fundamental para assegurar as informações dos pacientes e evitar fraudes”, diz.

O ministro explica que os usuários do SUS também terão seus dados biométricos cadastrados.

De acordo com o Ministério da Saúde, o prontuário eletrônico já é utilizado por 17.431 UBSs, em 3.070 municípios.

Para estender o uso, a equipe de Barros elaborou, em novembro, o Programa de Informatização das Unidades Básicas de Saúde.

A iniciativa garante que todas as cidades terão estrutura para instalar o PEC.

“Realizamos editais para atrair empresas interessadas na oferta de recursos como conectividade, equipamentos e treinamento”, comenta Barros.

O projeto contará com investimento inicial de R$ 1,5 bilhão por ano.

A expectativa do ministro – com base em estudo do Banco Mundial – é de que o SUS economize R$ 22 bilhões por ano ao ampliar a eficiência no atendimento.

O estímulo financeiro e apoio técnico aos municípios é fundamental para a adesão nacional do PEC.

Valmir Jr., diretor comercial e de produto da MV, desenvolvedora de softwares para gestão da saúde, destaca que muitos municípios não possuem acesso a banda larga para conectar as unidades básicas ao sistema.

“Em regiões onde não há viabilidade econômica para a oferta de internet, os serviços não chegam”, diz.

Barros lembra que o Ministério da Saúde fechou acordo com as operadoras de telecomunicações para resolver o problema.

“Contratamos conexões via satélite. Nenhuma unidade ficará sem acesso”, afirma o ministro.

Ricardo Fernandes, diretor de implantação da InterSystems, avalia que a estrutura do SUS é compatível com estratégia de implementação do prontuário eletrônico.

Fonte: Valor Econômico – 20.02.2018.

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